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Federação entre Republicanos e MDB divide AL e expõe tensões para 2026

Davi Filho critica proposta e resgata princípios ideológicos; Renan Filho defende aliança estratégica

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Para Davi Filho, as alianças devem ser feitas com propósito e não por interesses momentâneos
Para Davi Filho, as alianças devem ser feitas com propósito e não por interesses momentâneos | Foto: Divulgação

A possível formação de uma federação partidária entre Republicanos e MDB gerou forte reação do ex-deputado Davi Davino Filho (Republicanos), que, em nota pública, defendeu com veemência a preservação da identidade política e ideológica da sigla. Para Davi, que foi o segundo colocado na disputa ao Senado por Alagoas em 2022, alianças desse tipo devem ter mais do que cálculos eleitorais como base: precisam ter propósito e coerência com o histórico dos partidos envolvidos.

“O Brasil precisa de alianças com propósito, não de arranjos motivados por interesses momentâneos”, disse Davi. “A credibilidade de um partido está ligada à sua firmeza ideológica e à coerência de sua conduta, tanto no Congresso quanto na sociedade”.

Em tom crítico, Davi ressaltou as diferenças entre os caminhos seguidos por Republicanos e MDB nos últimos anos. Enquanto sua sigla se consolidou como força política independente, com pautas conservadoras e perfil de oposição, o MDB — avalia ele — tem se caracterizado pela flexibilidade e proximidade constante com o centro do poder.

“Como justificar uma união entre partidos que têm votado de forma oposta em temas centrais para o País? O eleitor não aceita mais alianças de fachada, feitas apenas para aumentar tempo de TV ou acesso ao fundo partidário”, disparou.

A manifestação de Davi vem num momento estratégico, quando as discussões sobre federações partidárias ganham força no Congresso e nos bastidores do poder. O movimento ganhou impulso após a consolidação da federação entre PP e União Brasil, o que provocou reações em outras siglas, preocupadas em manter ou ampliar sua competitividade nas eleições de 2026.

Davi Davino Filho é herdeiro de uma tradicional família política, foi deputado estadual e disputou uma vaga ao Senado em 2022, obtendo mais de 600 mil votos, ficando em segundo lugar em uma das eleições mais polarizadas da história recente do estado.

CENÁRIO

Do outro lado da discussão, o Ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), manifestou-se favoravelmente à federação entre MDB e Republicanos. Ele revelou que os presidentes nacionais das siglas, Baleia Rossi e Marcos Pereira, conversam sobre a proposta.

“Desejo sorte aos presidentes e ajudarei no que for necessário nesse diálogo. Em um cenário político como o atual, quem não buscar entendimento com siglas afinadas corre o risco de ficar pequeno”, avaliou Renan, ao comparar a política nacional à divisão de acesso do futebol brasileiro: “Nosso lugar é na Série A”.

Renan Filho reforçou que, para manter relevância no cenário nacional, alianças estratégicas entre partidos médios e grandes são inevitáveis. A fala do Ministro repercutiu especialmente em Alagoas, onde o Republicanos é liderado pelo deputado estadual Antônio Albuquerque, presidente estadual da legenda.

Antônio Albuquerque afirmou que não é contrário à federação e que já foi informado oficialmente sobre as tratativas por Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos. O parlamentar alagoano disse confiar plenamente na palavra de Pereira e que os compromissos firmados em Alagoas serão respeitados.

“Tenho convicção de que a nacional não deixará de honrar meus compromissos. Não arredo o pé”, afirmou Albuquerque. Para ele, alianças entre partidos — inclusive os grandes — tornaram-se tendência justamente para que mantenham força e representatividade no Congresso.

Em publicação nas redes sociais, Albuquerque adotou um tom mais espiritual e emocional, destacando que seguirá com firmeza e gratidão, preparado para enfrentar o que chamou de “ímpios, ingratos e traidores que ocupam momentaneamente espaços de poder”.

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