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Esquerda e direita de Alagoas divergem sobre participação de Bolsonaro após depoimento de Mauro Cid

Deputado do PT afirma que Bolsonaro editou e validou minuta golpista, enquanto parlamentares da oposição defendem que ex-presidente seja absolvido

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Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) ontem, o delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente não comentou nem soube de nenhuma organização para as manifestações antes do ato do 8 de janeiro.

Foi durante intervenção do ministro Luiz Fux, no entanto, que questionou de forma mais altiva sobre a participação de Jair Bolsonaro.

Segundo Cid, o miolo da presidência não teve contato com nenhuma liderança ou financiador, assim como não houve assinatura do ex-presidente em minutas de estado de defesa e estado de sítio.

Nas redes sociais, a reação foi comemorada por Eduardo Bolsonaro, que afirmou que Fux havia desmontado o ‘castelo de areia’ com duas perguntas. Parlamentares de direita e esquerda ouvidos pela Gazeta divergem sobre a participação ou não do ex-presidente após o depoimento de Cid.

Para o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil), o que está acontecendo é uma tentativa de fazer com que as pessoas esqueçam dos problemas reais vividos pelo Brasil nesse momento.

“No Brasil dos juros nas alturas, da corrupção desenfreada entranhada nos poderes, da falta de compromisso com a população , do domínio do crime organizado, da irresponsabilidade fiscal, dos impostos cada vez mais agressivos, dentre outras graves mazelas, arrumaram um boa desculpa para distrair o povo: um “golpe tabajara”. Esse governo do PT e seus cúmplices nos outros poderes têm levado esta nação para o buraco a passos largos. Esse “golpe” é uma boa narrativa para encobrir o caos que o Brasil se encontra”, afirmou.

O deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), por outro lado, reiterou que, em depoimento, Cid afirmou que Bolsonaro havia lido, editado e validado a minuta da tentativa do golpe de estado.

“Não há mais espaço para dúvidas ou para versões fantasiosas. O depoimento de Mauro Cid desmonta qualquer narrativa de inocência. Bolsonaro não só teve acesso à minuta do golpe, como a leu, editou e validou”, iniciou. “Estamos diante de uma prova clara: o golpe não foi ideia isolada nem bravata de rede social. Foi uma tentativa real de subverter a democracia, com o presidente da República convocando generais para consolidar uma ruptura institucional”, complementou o parlamentar.

Conforme Ronaldo, o que aconteceu não pode ser chamado de ‘aventura’, mas sim de ‘projeto autoritário’, sendo necessário reagir com verdade e justiça. “Quem atentou contra a democracia deve responder, inclusive o ex-presidente”, finalizou.

O vereador por Maceió Leonardo Dias (PL) argumentou que, após o depoimento de Cid, não existe outro resultado para o julgamento senão a absolvição de Bolsonaro, já que ele não fez qualquer mobilização.

“Restou claro no depoimento de Mauro Cid que Bolsonaro não mobilizou em nenhum momento os manifestantes e da mesma forma, não assinou nenhum Decreto, tendo ele mesmo desconversado por algumas vezes quando abordado por pessoas que queriam persuadi-lo a adotar alguma medida contra o resultado das eleições. Só há um resultado possível nesse julgamento: a absolvição do Presidente Bolsonaro. Qualquer coisa diferente disso, será apenas a confirmação de que nossa democracia está em frangalhos”, defendeu.

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