Conflito
Rússia ameaça guerra nuclear se Ucrânia tentar retomar territórios
“Será o fim do planeta”, diz assessor de Putin; retomada das regiões é condição do governo ucraniano para cessar-fogo


Um assessor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou uma “guerra nuclear” caso a Ucrânia e a Otan (Aliança Militar do Atlântico Norte) tentem reaver os territórios ucranianos ocupados pelas tropas russas, segundo a agência estatal russa Tass.
Vladimir Medinski, que também lidera a delegação russa nas negociações diretas com a Ucrânia pelo fim do conflito, disse que seria “o fim do mundo” caso não haja a assinatura de uma “paz verdadeira” para encerrar a guerra na Ucrânia.
“Se o conflito for interrompido na linha de frente e não houver um acordo de paz real — apenas um cessar-fogo — então isso vai se transformar, sabe, como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, o Carabaque”, disse Medinski. “Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, entrará na aliança, tentará retomar o território, e isso será o fim do planeta — será uma guerra nuclear.”
Medinski não deixou claro o que quis dizer com “paz verdadeira”. No entanto, a Rússia tem sido irredutível em suas condições para o fim do conflito: entre a série de requisições, quer para si os territórios ocupados por suas tropas (cerca de 20% da Ucrânia), a impossibilidade do rival entrar para a Otan.
TROCA DE PRISIONEIROS
Em meio ao impasse por um acordo de paz, Rússia e Ucrânia realizaram uma nova leva de troca de prisioneiros de guerra ontem.
Desta vez, foram devolvidos, de ambos os lados, prisioneiros de guerra com menos de 25 anos e outros que haviam sido gravemente feridos, o início do que pode se tornar a maior troca da guerra até agora.
Na semana passada, negociadores da Rússia e Ucrânia que travam o primeiro diálogo direto entre os dois países por uma tentativa de paz concordaram em trocar 1.200 prisioneiros de guerra de cada lado, além de repatriar milhares de corpos de pessoas mortas na guerra.
A libertação dos prisioneiros nessa segunda foi a primeira leva da troca. O número exato de militares devolvidos de cada lado não havia sido informado até o fechamento desta edição.