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quarta-feira, 10/12/2025 | Ano | Nº 6116
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Eleições internas

Medeiros defende alternância e diz que PT-AL é um ‘partido de gabinete’

Candidato à presidência do diretório estadual, deputado afirma que sigla está “fechada em salas pequenas”

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Em entrevista à Mix FM, Medeiros criticou o que chamou de “feudalização” do PT em Alagoas
Em entrevista à Mix FM, Medeiros criticou o que chamou de “feudalização” do PT em Alagoas | Foto: Rádio Mix

Candidato à presidência do diretório do PT em Alagoas, o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT) criticou a atual direção do partido no Estado, disse que a legenda se transformou em um “partido de gabinete” e defendeu alternância no comando, com mais abertura às bases e à periferia. Ele encabeça a chapa Renova PT na disputa interna e concedeu entrevista ao Jornal da MIX, na Rádio MIX Maceió FM, ontem (16).

O parlamentar afirmou que o Partido dos Trabalhadores em Alagoas vive uma crise de representatividade e perdeu conexão com a sociedade. Ele defendeu mudanças profundas na condução da legenda, atualmente comandada por um grupo que, segundo ele, está há três décadas no poder.

“Me filiei ao PT em Palmeira dos Índios, fundei o diretório municipal, sou um dos fundadores do Sindprev e vim do movimento estudantil. Tudo isso me leva a estar na condição de candidato. O partido está sendo liderado há 30 anos pelo mesmo grupo. Está na hora de uma alternância”, afirmou.

Segundo Medeiros, o PT em Alagoas “vive de decisões em salas pequenas” e precisa se reconectar com sua militância histórica. “Temos que fazer com que o PT de Alagoas seja o PT do Lula. Hoje, o partido se acomodou e se fechou. Maceió é a única capital do Nordeste onde o PT costuma perder as eleições presidenciais. Isso é sintomático.”

O parlamentar ressaltou que seu principal diferencial é a disposição para escutar as bases e promover formação política real. “Hoje, o partido escuta pouco. Muitos se incomodaram com nossa campanha de filiação porque queriam selecionar quem tem ou não ‘DNA petista’. Precisamos formar novos quadros, com capacitação presencial, olho no olho. Isso foi abandonado há décadas em Alagoas.”

Medeiros criticou o que classificou como “feudalização do partido” por parte da atual gestão. “Transformaram o PT num feudo, onde um bate palma para o outro. Não aceitam críticas. Ou o partido se expande ou vai continuar definhando.”

Sobre o desempenho eleitoral, ele destacou que obteve mais de 30 mil votos para deputado estadual, contra 7 mil do segundo colocado da legenda. “O grande legado de um líder é construir sucessores, e isso não está acontecendo no PT de Alagoas.”

A chapa Renova PT também se diferencia, segundo ele, por ter construído uma aliança ampla e horizontal. “Nossa candidatura não nasce em cima de um nome, mas de um movimento. Queremos um PT diferente, com atitude, que escute a militância e se conecte com a realidade da periferia.”

NACIONAL

Apesar das divergências locais, Medeiros afirmou apoiar o nome de Edinho Silva para a presidência nacional do partido, mesmo nome apoiado por chapas adversárias. “As tendências do partido conseguem dialogar em nível nacional, e isso precisa ser reproduzido em Alagoas.”

Questionado sobre a acusação de ter deixado o PT para se filiar ao MDB no passado, Medeiros reconheceu o erro: “Foi um grande equívoco. Fui muito perseguido por isso. Apoiei o Haddad, apoiei Dilma. Minha volta ao partido foi para combater esse modelo de um partido centralizado num único gabinete.”

Ele também fez críticas à forma como o partido tem se relacionado com o governo estadual. “Hoje, o PT tem cargos na Semarh e na Semudh, mas não discute políticas com a sociedade. Os acordos políticos não podem ser para atender a gabinetes, mas para beneficiar o partido e a população.”

Medeiros revelou ainda que chegou a considerar uma pré-candidatura à Prefeitura de Maceió, mas recuou ao perceber que seria boicotado. “Senti que o grupo não iria me apoiar. Por isso, decidi concentrar minhas energias na disputa interna.”

A eleição para o diretório estadual ocorrerá em 6 de julho, dentro do Processo de Eleição Direta (PED) 2025. Até lá, o deputado promete intensificar a agenda de debates. “Temos eventos marcados na capital e no interior. É hora de abrir a sede do PT — e o coração — para trabalhar.”

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