MAIS DE 4 MIL
Vereador pede empenho do Município para implantar rede de apoio à população de rua
Governo de Alagoas anunciou aumento do número de vagas em abrigos estaduais


O crescimento da população de rua em Maceió levou o vereador Thiago Prado (PP) a pedir empenho ao Município na ampliação da rede de apoio, considerada insuficiente para atender a demanda. A solicitação à prefeitura e demais órgãos públicos é antiga, mas recebeu reforço importante após anúncio do Governo de Alagoas de ampliar número de vagas nos abrigos estaduais.
A cobrança por ações de acolhimento, saúde e cidadania destinadas à população de rua de Maceió – que deve ultrapassar 4 mil pessoas – deve-se muito ao fato de que mais de 80% dela são dependentes químicos e precisam de atendimento intersetorial.
“A população de rua está crescendo drasticamente e foi uma boa notícia saber sobre esse aumento de vagas em abrigos e de tratamento de saúde, conforme informado pelo Governo de Alagoas. Mas é importante lembrar que esse é um problema que deve ser discutido nas esferas municipal, estadual e federal”, declara Thiago Prado.
Segundo o vereador por Maceió, há apenas um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) em funcionamento na capital, o que indica a falta de atenção do poder público. “Tem aumentado a violência e o número de arrombamentos na cidade. O problema se agravou. Precisamos de vagas para internação, aluguel social, abrigo e política de habitação”, alerta Prado.
Na semana passada, o Governo de Alagoas anunciou o aumento do número de vagas nos abrigos estaduais para 600 incluindo as disponibilizadas pelo Município, após a constatação do avanço da população em situação de rua em Maceió. A medida é um enfrentamento ao crescimento da população vulnerável nas ruas da capital.
Setores como o de hotelaria e o de bares e restaurantes têm exigido do poder público ações mais eficazes para remanejamento de pessoas em situação de rua aos abrigos.
A Prefeitura de Maceió mantém equipes da abordagem social circulando pela cidade. São oferecidas vagas em abrigos da parte alta e baixa e atendimento nos três Centros Pop em Jaraguá, Prado e Benedito Bentes. No entanto, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), muitos recusam acolhimento, especialmente quando há dependência química envolvida.
Levantamento das secretaria envolvidas na questão mostra que a população de rua de Maceió é formada 83% homens e 17% mulheres; 48% têm entre 18 e 39 anos; 42% têm entre 40 e 59 anos; 10% são idosos e crianças; 62% deles são nascidos em Maceió/AL e 54% não concluíram o ensino fundamental e que apenas 8% finalizaram o médio e a renda média diária é de R$ 25 provenientes de bicos e esmolas.
Dados exclusivos da Gazeta de Alagoas mostram ainda que os principais fatores declarados para estarem nas ruas são o desemprego e a ruptura familiar; além da dependência química (53%) e transtornos mentais (28%). Outras 21% estão nas ruas por causa da violência doméstica e 25% não têm documentos pessoais atualizados, o que impede acesso a benefícios sociais.
Nessa população de rua que vive em Maceió, foram encontradas altas taxas de ISTs, hanseníase, hipertensão, além de exposição constante a furtos, agressões e aliciamento para delitos.