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Crise

Clima político esquenta em Messias com rompimento entre prefeito e base aliada

Marcos Silva consolida apoio a grupo emedebista e enfrenta instabilidade na Câmara; oposição fala em perseguição

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Prefeito Marcos Silva (esq.) rompeu com antigos aliados, como o deputado Antônio Albuquerque
Prefeito Marcos Silva (esq.) rompeu com antigos aliados, como o deputado Antônio Albuquerque | Foto: Reprodução

O cenário político no município de Messias, na Região Metropolitana de Maceió, entrou em ebulição. O prefeito Marcos Silva (MDB) rompeu com antigos aliados, entre eles o deputado estadual Antônio Albuquerque (Republicanos), o vice-prefeito Marcos Valério e parte da Câmara de Vereadores. O clima esquentou ainda mais após a vereadora Eliane Buarque (Solidariedade) denunciar, publicamente, ter sido ameaçada pelo gestor.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Eliane afirmou que foi pressionada pelo prefeito na véspera da eleição da nova mesa diretora da Câmara, após se recusar a votar no nome apoiado por ele. “Ele me ligou e disse: ‘Vereadora, para ser da base, tem que pagar o preço. Se votar em Geraldo [Santos], vai ter consequências’”, relatou. Ela classificou o episódio como uma tentativa de intimidação e ataque direto à democracia. “Me vi diante de uma ditadura. Ele disse que era o chefe maior e que usaria a caneta”, completou.

Outro protagonista da crise, o vereador e atual presidente da Câmara, Geraldo Santos (Republicanos), também rompeu com o prefeito e confirmou o racha. Durante sessão plenária, criticou a postura do gestor. “Entreguei um partido a ele quando ninguém lhe dava legenda. Hoje, ele rompe comigo porque não aceitei sua interferência na eleição da mesa”, afirmou.

Com a base esfacelada, Marcos Silva reagiu com uma série de exonerações de aliados dos vereadores no Executivo, incluindo secretários municipais. Em pronunciamentos públicos e lives nas redes sociais, acusou a oposição de traição, ambição política e tentativa de golpe institucional.

“Estão dizendo nas ruas que vão me derrubar, que o vice vai assumir meu lugar. Mas o mandato foi dado por Deus e pelo povo. Quem quiser ser prefeito que espere 2028”, disparou. O prefeito também negou as acusações feitas pela vereadora Eliane, alegando que tem provas de que sempre a tratou com respeito e que levará o caso à Justiça. “Ela usou recursos da campanha para comprar bebidas. Pegou carona na minha popularidade e agora me ataca”, disse, anunciando providências legais.

A tensão se acentuou com a antecipação da eleição da nova mesa diretora da Câmara, articulada por vereadores ligados a Antônio Albuquerque, o que motivou ações judiciais por parte de parlamentares da base governista. Silva considerou a votação ilegal e alegou que a ação foi precipitada: “É uma eleição irregular. A Justiça vai derrubar isso”.

O estopim do rompimento com Antônio Albuquerque, segundo o próprio prefeito, foi sua recusa em romper com o governador Paulo Dantas, o senador Renan Calheiros e o ministro Renan Filho. “Eu sou homem de palavra. Não vou trair quem está ajudando Messias com mais de R$ 10 milhões em investimentos. Não aceito chantagem”, afirmou Marcos Silva, citando obras como pavimentação, creches, ônibus escolares e ações sociais.

Nos bastidores, o gestor também acusa o vice-prefeito de conspirar contra ele. “Ele anda dizendo que vai me derrubar e assumir meu lugar. Foi para a promotoria, quer sala fora da prefeitura. Não tem cabimento. Quando um casal separa, não pode morar na mesma casa”, ironizou. Apesar das acusações, prometeu entregar ao vice um novo espaço institucional, longe da sede do Executivo.

Em meio à instabilidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a condenação de Marcos Silva e de seu vice por propaganda eleitoral antecipada nas redes sociais. Ambos foram multados em R$ 5 mil pelas publicações com expressões consideradas como pedido de voto.

Mesmo sob pressão, o prefeito diz estar em paz. “Não sou perfeito, mas tenho um coração limpo. Quem Deus levantou, ninguém derruba. O povo de Messias está vendo tudo”, concluiu. A crise, no entanto, está longe de terminar. A judicialização da eleição da mesa diretora, as ações por supostas ameaças e a reacomodação política na cidade ainda devem render novos capítulos nos próximos meses.

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