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Nº 5905
Política

Obra do Canal do Sert�o volta a atrasar

Quinta-feira, 34°C. São onze horas da manhã do dia 4 de dezembro de 2008. Num trecho da BR-110, a escavadeira rasga a terra abrindo passagem para um sonho quase perdido de um milhão de sertanejos alagoanos, um terço da população de todo Estado. Uma dezena

Por | Edição do dia 07/12/2008 - Matéria atualizada em 07/12/2008 às 00h00

Quinta-feira, 34°C. São onze horas da manhã do dia 4 de dezembro de 2008. Num trecho da BR-110, a escavadeira rasga a terra abrindo passagem para um sonho quase perdido de um milhão de sertanejos alagoanos, um terço da população de todo Estado. Uma dezena de homens, contratados na região pela construtora Queiroz Galvão, trabalha num calor entediante, materializando um pedacinho de umas das obras mais prometidas da história de Alagoas: o Canal do Sertão, que já consumiu mais de R$ 100 milhões desde 1993, quando começou a ser construído. Políticos da época bradavam em comícios que o sofrimento pela água findaria em três anos, com a chegada de 1996. Hoje, ninguém arrisca dizer a data da inauguração. De lá para cá, uma década e meia já se foi. Pronto, nem 50% do projeto. Abandonada por dez anos, a obra só foi retomada ano passado. Otimista, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) prometeu entregar a primeira etapa do canal no fim de 2008. Mais uma vez, é frustrada a expectativa do povo sedento, que nem crê mais na obra. ### Especulação agrícola causa temor A paisagem é cinza de tão seco que está o Sertão. Quase não se vêem animais nas propriedades. As árvores todas perderam as folhas, não há verde, nem alimento brotando do chão. Só quem está feliz com o Canal, por enquanto, é quem trabalha nele. Antônio Clovis é um exemplo. Ele tem 32 anos e dois filhos. É alagoano de Pão de Açúcar, mas mora em Paulo Afonso, na Bahia. Há um ano e sete meses, trabalha na obra e se orgulha em dizer que foi promovido. Começou como ajudante e agora é oficial de carpinteiro. “A vida melhorou. O ônibus vai buscar e levar na porta de casa. Só estou preocupado porque disseram que a gente vai parar dia 19”. O engenheiro Paulo Ferraz, da empresa Hidroconsult, explica: “Serão as férias coletivas. Os serviços param dia 19 e retornam dia 4 de janeiro”. ///

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