Gazeta Summit
Ex-promotora propõe medidas para combate à violência de gênero
Gabriela Manssur sugere que seja feito protocolo único para todos os sistemas de enfrentamento no País


“Imagine se vocês não pudessem agora soltar a voz.” Foi com essa frase que a advogada Gabriela Manssur, especialista em direitos das mulheres e presidente do Instituto Justiça de Saia, abriu o Gazeta Summit, nessa quinta-feira (14), com a palestra magna ODS 5 – Igualdade de Gênero e Democracia: construindo uma sociedade mais justa para todas.
Gabriela abordou políticas públicas já existentes e outras que precisam ser implementadas para assegurar o direito das mulheres de viver seguras e protegidas e, principalmente, para que não sejam silenciadas diante das violências sofridas.
A ex-promotora explicou o conceito de Rota Crítica, definido como os nove passos que a mulher percorre desde o momento da violência e a denúncia, até ser ouvida e receber o apoio jurídico e psicológico necessários. Para ela, esse processo exaustivo revitimiza a mulher, fazendo-a sentir repetidamente a dor do que sofreu. A solução proposta é a criação de um protocolo único para todos os sistemas de enfrentamento do País.
“Ela vai na delegacia, Defensoria, Ministério Público, assistência social, psicóloga, volta na delegacia, vai para audiência... são nove vezes. Por que não fazer um protocolo único e usá-lo em todos os sistemas, para evitar que, a cada relato, ela reviva a dor da violência?”, questionou.
“Não temos que nos acostumar com a dor da violência, da vergonha, de ser revitimizadas. A rota crítica faz com que a nossa dor seja alastrada por mais de nove vezes. São nove pancadas que a gente leva.”