Partidos
União e PP formalizam federação e terão maiores bancadas no Congresso
Apesar do tom oposicionista, aliança conta com quatro pastas na Esplanada dos Ministérios


Uma convenção conjunta do União Brasil e do Progressistas (PP) oficializou ontem a criação de uma federação partidária entre as legendas. Antes do encontro, pela manhã, dirigentes das siglas também aprovaram, em reuniões separadas, o estatuto da aliança, documento que vai guiar o funcionamento e a atuação da federação.
Os dois partidos contam com quatro pastas na Esplanada dos Ministérios. Pelo União: Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico de Siqueira (Comunicações); e pelo PP: André Fufuca (Esporte).
Apesar do tom oposicionista na criação da Federação, as siglas não devem fazer um desembarque imediato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Chamada de União Progressista, a aliança será a maior força partidária do País. A federação terá a maior bancada de deputados na Câmara, o maior número de prefeitos e as maiores fatias de recursos públicos para campanhas e despesas partidárias.
Ainda nesta semana, com a filiação da senadora Margareth Buzetti ao PP, a aliança deve ultrapassar PL e PSD e alcançar 15 senadores — a maior bancada na Casa.
Dirigentes da federação afirmam que a aliança deverá se posicionar de forma crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os presidentes do PP (Ciro Nogueira) e do União Brasil (Antonio de Rueda) têm defendido o lançamento de uma candidatura de centro-direita em 2026.
O União tem um pré-candidato: o governador de Goiás Ronaldo Caiado. Mas Ciro Nogueira é um dos defensores de uma costura em torno do nome de Tarcísio de Freitas para o Planalto.
NOVA FORÇA POLÍTICA
Durante o evento, lideranças políticas destacaram a importância da nova aliança como força de equilíbrio e protagonismo no cenário nacional. As declarações reforçaram a intenção de construir um projeto político em comum.
"Não é um movimento de oposição ou de situação, esse movimento é um movimento de política com P maiúsculo para olhar para o futuro do país. A gente tem que entender que política foi feita para resolver os problemas e não para criar problemas", afirmou o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP).
Em movimento de aproximação à centro-direita, ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também participou do evento que sacramentou a federação de União e PP.
"Façam desse gesto, dessa iniciativa, um ato de gravitação universal. Ou seja, chame tudo o que o brasileiro pode oferecer, da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre", disse.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendeu que a nova federação deve assumir posições claras e firmes.
"Um partido com a musculatura do União não pode acanhar as nossas lideranças políticas. Partido tem que ter lado, tem que ter rumo. Tem que ter posição clara. Para vencer a crise que o Brasil tem hoje a gente sabe que o partido tem que colocar alguém que tenha uma posição clara", disse Caiado.