Legislativo
Isnaldo promete luta para manter cadeiras de Alagoas após veto
Líder do MDB na Câmara diz que vai articular contra perda de representatividade política e financeira do estado


O deputado federal Isnaldo Bulhões Júnior (MDB-AL), líder do partido na Câmara dos Deputados, afirmou que lutará “até o último momento” para evitar que Alagoas perca representatividade no Congresso após o veto do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que ampliava o número de parlamentares.
Caso a decisão seja mantida, o Estado perderá uma cadeira na Câmara dos Deputados e três na Assembleia Legislativa, além de a bancada perder R$ 280 milhões em emendas, cenário que influencia diretamente as eleições de 2026.
“A gente tem trabalhado bastante lá em Brasília para que a gente não perca representatividade. Eu compreendo, o veto do Presidente Lula é um direito que lhe assiste, é discricionário do presidente. Ele entendeu politicamente que não era viável sancionar o projeto de lei que aumenta mais vagas de deputado federal e o ambiente não é fácil no Congresso Nacional. Na Câmara, até nós botamos uma margem razoável de vantagem, mas no Senado foi muito apertado”, afirmou Isnaldinho, como é conhecido em Alagoas.
O parlamentar lembrou que, diferentemente do Senado, onde a representatividade dos estados é fixa em três cadeiras, a distribuição da Câmara leva em conta o tamanho da população. Nesse cenário, Alagoas seria um dos estados a perder assentos após a redistribuição determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base no Censo de 2022.
“Não será fácil enfrentar esse veto e derrubá-lo, mas lutaremos até o último momento para que a gente não venha a perder representatividade na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa”, reforçou.
O projeto vetado por Lula havia sido aprovado em junho pelo Congresso como alternativa à redistribuição das cadeiras. A proposta previa aumentar de 513 para 531 o número de deputados federais, criando 18 novas vagas para contemplar estados em crescimento populacional sem que outros perdessem cadeiras. No Senado, a aprovação se deu pelo placar mínimo necessário, com 41 votos a favor, após intensa articulação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A decisão de Lula contrariou parte de sua base política, mas atendeu a setores que enxergavam desgaste popular na medida, rejeitada por 76% da população segundo pesquisa Datafolha. O veto agora será apreciado pelo Congresso, que pode derrubá-lo se reunir 257 votos na Câmara e 41 no Senado. O cenário, porém, tornou-se improvável após o recuo da bancada do PT no Senado, que já sinalizou que não enfrentará uma decisão direta do presidente. Sem os votos petistas, a margem apertada obtida em junho perde viabilidade.