"Trama golpista"
Condenação de Bolsonaro divide classe política de AL
Apoiadores do ex-presidente falam em perseguição; opositores exaltam democracia


A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, imposta na quinta-feira (11) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou forte repercussão entre parlamentares alagoanos. A decisão dividiu opiniões e acentuou o contraste entre apoiadores e opositores do ex-chefe do Executivo, especialmente no campo federal e estadual.
Parlamentares alinhados à direita reagiram com veemência à sentença e questionaram a imparcialidade do julgamento. O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil) classificou o processo como “um tribunal político armado para perseguir”.
“A condenação do presidente Bolsonaro é um absurdo que fere a democracia. O que vimos não foi um julgamento justo. Estão usando o Direito como ferramenta de vingança. Hoje é Bolsonaro, amanhã pode ser qualquer um que ouse se levantar contra os poderosos”, afirmou Gaspar.
No mesmo tom, o deputado estadual Bebeto (PP) também criticou o comportamento dos ministros do Supremo: “Os ministros estão nitidamente satisfeitos e felizes com o resultado condenatório. É essa a justiça que se diz imparcial e justa? Que país é esse?”, questionou.
Já o deputado federal Fábio Costa (PP) apontou falta de imparcialidade no julgamento e afirmou que a decisão representa uma ameaça à liberdade de pensamento: “Mais uma vez, vemos a Jusiça sendo usada como palco político. Um julgamento previsível, com resultado escrito antes mesmo de começar. Isso não é justiça, é perseguição à oposição e a quem pensa diferente”.
APOIO À DECISÃO E DEFESA DA DEMOCRACIA
Do outro lado, parlamentares da base governista e representantes da esquerda defenderam a decisão do Supremo como um marco na preservação do Estado Democrático de Direito. Quem liderou esse posicionamento em Alagoas foi o senador Renan Calheiros (MDB), que celebrou a sentença como uma vitória institucional.
“O STF confirma a vitória da Democracia. Quem conspira para assaltar o poder, anular eleições limpas e assassinar, responde pelos crimes, com garantias da lei. É possível ser golpista nas democracias. É impossível ser democrata em ditaduras. Contra os ideólogos do caos, a ordem”, afirmou o senador.
O deputado federal Paulão (PT) também exaltou a firmeza dos votos dos ministros e reforçou o compromisso com as instituições democráticas:
“A decisão, com votos de ministros como Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia, é clara: a democracia é inegociável. Essa condenação fortalece o nosso Estado Democrático de Direito e nos dá ainda mais força para seguirmos na luta por um Brasil justo, soberano e livre de ameaças autoritárias”.
Já o presidente estadual do PT, Ronaldo Medeiros, apontou a data da condenação como um momento histórico para o País:
“11 de setembro de 2025 entrou para a história como o dia em que Jair Bolsonaro foi finalmente condenado pela Justiça brasileira. […] O 8 de janeiro jamais será esquecido. E o 11 de setembro de 2025 será lembrado como o dia em que a justiça começou a ser feita. Golpismo não se anistia. Democracia se defende todos os dias”, afirmou.