Em alta
Crescimento do turismo no Estado é destaque no cenário nacional
Novos empreendimentos, investimento público e qualificação profissional sustentam bons resultados


No setor de turismo, o desempenho alagoano tem sido destaque nacional. Somente no primeiro semestre de 2025, o Estado registrou alta de mais de 80% no número de turistas internacionais em comparação ao mesmo período do ano passado. No mercado doméstico, o crescimento também foi expressivo, com 15% de aumento no fluxo de passageiros.
A expectativa da Secretaria de Turismo é encerrar o ano com a marca inédita de 3 milhões de embarques e desembarques no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.
Os avanços também aparecem na hotelaria. Atualmente, há 19 empreendimentos em construção, que somarão mais de 9 mil novos leitos até 2028. Na qualificação profissional, 7 mil alagoanos já foram capacitados pelo programa Escola do Turismo desde 2023, reforçando a mão de obra do setor.
Segundo a secretária de Turismo, Bárbara Braga, os resultados são fruto de um trabalho de longo prazo. “Parece que é só promoção, mas a promoção já é o último passo de um grande trabalho que é muito bem efetivado. Temos planejamento de dez anos e queremos mostrar que Alagoas vai muito além do sol e mar”, afirmou.
DESAFIOS
Apesar de muitas conquistas, o economista Fábio Leão ressalta que ainda há muitos desafios a serem vencidos, principalmente na capital, onde a desigualdade de renda ainda é muito alta. “Maceió se destaca pelo elevado índice de concentração de renda”, diz.
“O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, coloca Maceió como a sexta capital mais desigual do país, com um índice de 0,52 (o índice de Gini para Alagoas é 0,47)”, ressalta.
Fábio Leão reconhece, no entanto, que Alagoas evoluiu muito e hoje apresenta uma matriz um pouco mais diversificada, contando com milho, trigo, algodão, gás natural, sal-gema, químicos, o setor de turismo, dentre outros.
“É também verdade que o Estado cresceu e se industrializou em momentos recentes de sua história, como nos governos de Afrânio Lages (início da década de 1970), Divaldo Suruagy I e II (meados da década de 1970 e meados da década de 1980) e Guilherme Palmeira (início da década de 1980)”, enumera.
“Nesses períodos, tivemos a implantação de várias indústrias (Alagoas já contou com indústrias de confecções; açúcar e álcool; mecânica pesada; sal-gema e químicos), além da implantação dos sistemas de iluminação, água e esgotos e outros serviços públicos”, ressalta.