Lira sai fortalecido com votação do IR e admite disputa ao Senado

O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) reassumiu nos últimos dias sua posição de liderança central no Congresso Nacional, após conduzir a relatoria do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.

A proposta beneficia diretamente brasileiros que recebem até R$ 5 mil, com efeito parcial para aqueles que recebem até R$ 7.350, e foi aprovada por unanimidade na Câmara, um feito raro para projetos tributários, que normalmente enfrentam resistências devido a múltiplos interesses setoriais.

A trajetória recente de Arthur Lira evidencia sua habilidade em articular projetos de grande relevância nacional, manter coesão em pautas complexas e projetar influência política além do âmbito local. O sucesso na aprovação do IR e sua postura em relação à PEC das Prerrogativas consolidam sua imagem como um político pragmático, estratégico e atento à consolidação institucional, ao mesmo tempo em que mantém o diálogo aberto sobre seu futuro político em Alagoas.

O parlamentar destacou que a votação do IR, por exemplo, foi conduzida dentro de um calendário definido previamente, desmentindo a ideia de que pressões populares ou o clima político tenham influenciado o momento escolhido para o plenário.

“Esse projeto é um marco histórico. Não é ainda a reforma completa do imposto de renda, mas abre a porta para debates mais profundos sobre dividendos, pessoa física e jurídica, sociedades anônimas e limitadas. Precisamos avançar para modernizar o sistema tributário brasileiro”, afirmou Lira, em entrevista à Globo News.

Segundo ele, a tramitação da reforma do IR evidencia não apenas a capacidade de articulação política, mas também a maturidade do Congresso. “Poucas vezes conseguimos unanimidade em temas tão amplos. Isso mostra que é possível conciliar diferentes interesses em prol de um projeto que beneficie a sociedade”.

Além da reforma tributária, o deputado comentou a PEC das Prerrogativas, tema que gerou polêmica nos últimos meses e acabou sendo arquivado no Senado. Lira destacou que a proposta não deve ser interpretada como instrumento de blindagem de parlamentares. “Não poderia ser chamada de blindagem, de bandidagem ou de qualquer apelido que denigre. Trata-se de discutir como garantir que deputados e senadores possam exercer suas funções sem risco de perseguição judicial”.

Ele acrescentou que a questão permanece relevante e pode ser retomada futuramente em outros fóruns legislativos. “O Parlamento precisa funcionar plenamente dentro das prerrogativas para as quais foi eleito. A discussão sobre superposição de poderes ainda não está encerrada, e nosso papel é garantir equilíbrio e segurança jurídica para todos”, afirmou.

SENADO

No plano pessoal e eleitoral, Arthur Lira também abordou a possibilidade de disputar o Senado por Alagoas em 2026. “Há uma possibilidade muito grande de eu disputar o Senado, sim. Não busco cargos apenas por prestígio ou para contar mandatos, mas para contribuir com meu estado e com o Brasil. Se os alagoanos considerarem que meu trabalho em Brasília trouxe resultados concretos, ficarei muito feliz em representá-los”, considera.

Lira garantiu que não cogita retornar à disputa pela presidência da Câmara no próximo mandato e que sua atuação segue focada em pautas estratégicas para o país. Ele destacou que, caso se candidate e seja eleito, levará consigo um símbolo afetivo e de compromisso pessoal. “A única coisa que levarei é um broche do meu pai, que guardo até hoje. Ele representa o legado que desejo honrar na política”. O ex-senador Benedito de Lira faleceu no dia 14 de janeiro de 2025.