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Julgamento

Procurador pede condenação dos 7 réus do Núcleo 4 de ‘trama golpista’

Segundo Paulo Gonet, grupo promoveu “guerra informacional” para preparar terreno para o ‘golpe’

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Paulo Gonet afirmou que os réus se dedicaram a fabricar e a disseminar narrativas falseadas


Foto: Rosinei Coutinho/STF
Paulo Gonet afirmou que os réus se dedicaram a fabricar e a disseminar narrativas falseadas Foto: Rosinei Coutinho/STF | Foto: Rosinei Coutinho/STF

O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, pediu ontem a condenação dos sete réus do Núcleo 4 de “trama golpista” que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota eleitoral.

Por quase 1 hora, Gonet discorreu sobre a denúncia e afirmou que os acusados desse grupo promoveram uma “guerra informacional” com o objetivo de preparar o terreno para o “golpe de Estado”.

“Foram os integrantes deste núcleo, agora em julgamento, que se dedicaram a fabricar e a disseminar narrativas falseadas, no intuito de incutir na população a convicção de que a estrutura democrática estava se voltando, sordidamente, contra o povo”, resumiu Gonet.

De acordo com Gonet, “tal guerra” teria sido travada a partir de dentro do governo. O PGR disse ainda ter apresentado provas sobre a existência da chamada “Abin paralela”, que teria se valido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores políticos.

O objetivo, segundo Gonet, seria também fornecer material a ser trabalhado por disseminadores de notícias falsas, de início com ataques ao sistema eleitoral e, em seguida, com campanhas difamatórias de autoridades.

Entre os alvos das campanhas difamatórias, segundo Gonet, estiveram os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, por terem se recusado a aderir aos “planos golpistas”.

O PGR afirmou ainda que em outra frente alguns dos réus produziram um relatório falso, com informações supostamente técnicas, mas inverídicas, a respeito das urnas eletrônicas.

“Tal relatório foi utilizado para questionar o resultado da corrida presidencial de 2022, em que Bolsonaro saiu derrotado, inflamando a militância bolsonarista”, disse Gonet.

RÉUS

Fazem parte do Núcleo 4:

Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército); Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército); Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército); Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército); Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército); Marcelo Araújo Bormevet (policial federal) e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).

Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

SESSÃO

O julgamento do núcleo 4 teve início na manhã de ontem. Após a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes e a manifestação de Gonet, os advogados apresentam as defesas de seus clientes.

Foram reservadas mais três sessões para a finalização do julgamento, a serem realizadas nos dias 15, 21 e 22 deste mês, nas quais os ministros da Primeira Turma devem votar sobre a absolvição ou condenação dos réus. Entretanto, o ministro Flávio Dino cancelou a sessão prevista para hoje, e o julgamento vai retornar somente na próxima terça-feira (21).

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