Organizações criminosas
CPI do Crime Organizado será instalada nesta terça com foco em facções e milícias
Operação contra o CV que deixou mais de 120 mortos no Rio levou Alcolumbre a dar início aos trabalhos

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4), às 11h, no Senado Federal. O colegiado terá como foco investigar a estrutura, a expansão e o funcionamento de organizações criminosas, com destaque para milícias e facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
O senador Otto Alencar (PSD-BA), de 78 anos, será o responsável por conduzir a sessão de instalação, por ser o mais antigo entre os indicados. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que criou a CPI, deve assumir a relatoria — indicação que já conta com consenso entre os membros.
De acordo com o regimento do Senado, o presidente e o vice-presidente da CPI são eleitos pelos integrantes, e cabe ao presidente designar o relator. Embora essas escolhas costumem ocorrer por acordo político, há casos em que prevalece a decisão da maioria, como ocorreu na CPI do INSS.
Protocolada em 17 de junho, a CPI ganhou impulso após a operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de 121 pessoas e reacendeu o debate sobre a atuação do Comando Vermelho. Na última quarta-feira (29), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), marcou a data de instalação para esta terça.
A demora na composição da comissão se deveu à resistência de partidos em indicar seus representantes, diante da complexidade e da repercussão política do tema. As indicações só foram concluídas em 20 de outubro, mais de quatro meses após o protocolo do pedido.
A CPI contará com 11 senadores titulares e 11 suplentes e terá 120 dias para investigar o “modus operandi” das facções e milícias, suas estruturas de decisão e formas de atuação em diferentes regiões do País.
“Pelo perfil dos parlamentares indicados, não será uma CPI chapa-branca”, afirmou Alessandro Vieira.
