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Questão climática

Lula diz que COP30 na Amazônia é ‘proeza’ e pede derrota dos negacionistas

Na abertura da conferência, Presidente afirma que é “mais barato financiar o clima do que guerras”

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No discurso de abertura, Lula voltou a defender uma transição justa e planejada para superar a dependência do petróleo
No discurso de abertura, Lula voltou a defender uma transição justa e planejada para superar a dependência do petróleo | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu oficialmente ontem a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA) — a primeira sediada na Amazônia. Em discurso, Lula classificou a realização do evento na região como uma “proeza”, diante das dificuldades estruturais do Pará, e afirmou que a escolha simboliza coragem e compromisso com o meio ambiente.

“Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto acabar com a poluição do planeta. Seria mais fácil fazer em uma cidade sem problemas, mas escolhemos a Amazônia para provar que, com disposição e compromisso com a verdade, nada é impossível”, disse o Presidente.

Lula destacou que a crise climática “não é mais uma ameaça do futuro, mas uma tragédia do presente”, citando o tornado que atingiu cidades do Paraná na última semana. Ele afirmou que esta será “a COP da verdade”, criticou o avanço da desinformação e pediu que a comunidade internacional “imponha uma nova derrota aos negacionistas”.

“Os obscurantistas rejeitam a ciência, semeiam o ódio e espalham o medo. É hora de derrotá-los novamente”, afirmou Lula.

O Presidente voltou a criticar os gastos militares globais e comparou os valores investidos em conflitos com os recursos destinados à agenda ambiental.

“Se os homens que fazem guerra estivessem aqui, perceberiam que é muito mais barato investir US$ 1,3 trilhão para enfrentar o problema climático do que gastar US$ 2,7 trilhões em guerras”, declarou.

Lula também mencionou o combate ao racismo ambiental, tema da declaração assinada pelo Brasil durante a Cúpula de Líderes da semana anterior — considerada um marco por unir, pela primeira vez, justiça racial e ação climática em um acordo internacional.

“MAPA DO CAMINHO”

O Presidente defendeu uma espécie de “mapa do caminho” com estratégias para alcançar a independência econômica em relação aos combustíveis fósseis. Repetindo o discurso diplomático tradicional, ele voltou a defender uma transição “justa e planejada” para a superação da dependência do petróleo e derivados.

A fala sugere que qualquer caminho neste sentido será no longo prazo, sendo que no curto prazo o Brasil e outros países continuarão dependentes desses insumos. Esse é o argumento defendido, inclusive, pelos defensores da exploração de petróleo na Margem Equatorial. Isto é, enquanto houver demanda, a oferta desses itens continuará existindo.

“Espero que a serenidade da floresta inspire em todos nós a clareza de pensamento necessária para ver o que precisa ser feito”, declarou Lula em seu discurso de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Lula também comentou sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) - iniciativa financeira que buscará a conservação e restauração de florestas tropicais em diversos países. O presidente ressaltou que o mecanismo angariou em um só dia cerca de US$ 5,5 bilhões

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