Pré-candidatos
Disputa pela segunda cadeira no Senado deve ser acirrada em AL
Enquanto pesquisas apontam Renan com eleição garantida, vários nomes se movimentam para ocupar a outra vaga






De acordo com as pesquisas mais recentes, Renan Calheiros (MDB) é o único candidato ao Senado em Alagoas que pode, hoje, considerar sua vaga praticamente garantida. A segunda cadeira, porém, deve ser palco de uma disputa apertada e fragmentada entre os demais postulantes, o que já começa a redesenhar o tabuleiro eleitoral para 2026.
A tradicional força política de Renan — que tentará seu quinto mandato consecutivo — segue central na política local e nacional. Senador há décadas, ele acumula passagens como deputado federal, ministro da Justiça e presidente do Senado. Sua influência se sustenta em uma ampla rede de apoios municipais: dezenas de prefeitos, sobretudo do MDB, mas também de outras legendas, compõem sua base.
Nos últimos meses, Renan tem ampliado sua visibilidade ao assumir papel de destaque em debates nacionais, como a negociação da ampliação da isenção do Imposto de Renda. O embate com Arthur Lira (PP), relator do projeto na Câmara e também pré-candidato ao Senado, expôs mais uma vez o peso político do senador e reforça seu cacife eleitoral.
Com discurso de combate à corrupção, Alfredo Gaspar (União-AL) desponta como nome competitivo. Ele foi escolhido relator da CPMI do INSS, que investiga fraudes em benefícios, e tem criticado duramente lideranças ligadas ao sistema de previdência, acusando grandes entidades de organização criminosa.
INDEPENDÊNCIA
Com exceção da vaga de Renan Calheiros, o cenário é de incerteza. A segunda vaga está aberta, e vários nomes se movimentam para ocupá-la. Na sua nítida estratégia para 2026, Gaspar não tem condicionado sua candidatura a acordos majoritários: segundo interlocutores, declara-se como postulante “independente” — e articula, nas bases, a construção de seu capital político como alternativa ao poder tradicional de Renan.
Um dos nomes mais surpreendentes nessa disputa é o do próprio prefeito de Maceió, JHC (PL). Nos bastidores, ele tem sinalizado que pode lançar sua esposa, Marina Cândia, para a corrida ao Senado. Segundo apurações, JHC defende que a cadeira atualmente ocupada por Eudócia Caldas (mãe dele) é parte da sua base política, e ocupá-la com Marina seria uma forma de perpetuar a influência do grupo.
A tese reforça sua ambição: manter a “vaga de família” ao mesmo tempo em que posiciona uma figura feminina para disputar e potencialmente vencer com robusto apoio local.
No horizonte político, também se fala com força no nome de Davi Davino Filho (Republicanos), ex-deputado estadual, que trocou o Progressistas (aliado de Lira) pelo Republicanos. Embora menos comentado que Renan ou Gaspar, Davino Filho seria um candidato “por fora” com credenciais para articular apoios e desafiar o domínio tradicional.
Para analistas políticos, a disputa para as duas cadeiras do Senado em Alagoas pode se configurar em alguns cenários. Renan vs. Lira: há quem aposte que as duas vagas sejam divididas entre Calheiros e Arthur Lira, com a eleição simbolizando um confronto direto entre esses grupos políticos.
Renan vs. Gaspar: se Gaspar consolidar sua candidatura independente, pode romper o tabuleiro e atrair eleitores descontentes. Renan vs. Marina (JHC): a candidatura de Marina, empurrada por JHC, representa uma tentativa de renovar a representação do poder local dentro de uma lógica familiar, combinando poder simbólico e eleitoral.
Três por fora: com Davino Filho entrando de vez, o cenário se fragmenta ainda mais, e pode haver uma disputa mais pulverizada e fragilizar a candidatura de Renan.
