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Lula indica Jorge Messias para vaga de Barroso no Supremo Tribunal Federal

Escolha reforça estratégia do Presidente de priorizar nomes de confiança para Corte e agradar público evangélico

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Atual advogado-geral da União, Jorge Messias era apontado como favorito desde saída de Barroso
Atual advogado-geral da União, Jorge Messias era apontado como favorito desde saída de Barroso | Foto: — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou ontem o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Em mensagem divulgada nas redes sociais, Lula afirmou ter “certeza de que Messias seguirá cumprindo seu papel na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito no STF, como tem feito em toda a sua vida pública”.

A escolha reforça a estratégia de Lula de priorizar nomes de confiança para a Corte, como já ocorreu com Cristiano Zanin e Flávio Dino. Messias também é visto pelo governo como um gesto ao eleitorado evangélico, segmento no qual o presidente enfrenta maior resistência.

A indicação agora será analisada pelo Senado, responsável pela sabatina e votação. O clima é de atenção após a recondução apertada do procurador-geral da República, Paulo Gonet, aprovada por apenas quatro votos acima do mínimo necessário.

Mesmo assim, a avaliação no Planalto é de que Messias deve enfrentar menos resistência, embora o nome preferido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), fosse o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

FAVORITO

Messias era apontado como favorito desde o início da disputa pela terceira vaga aberta no STF no atual mandato de Lula. Após perder a indicação anterior para Flávio Dino, manteve-se próximo ao Presidente e ampliou sua influência dentro do governo. À frente da AGU, atuou na coordenação das principais estratégias jurídicas do Executivo e se tornou interlocutor constante de Lula no Supremo.

Apadrinhado politicamente pela ex-presidente Dilma Rousseff, Messias construiu carreira alinhada ao PT, embora não seja filiado. No governo Dilma, ocupou cargos estratégicos e ganhou visibilidade nacional após ter o nome citado em uma interceptação telefônica divulgada na Lava Jato.

No atual governo, aproximou-se de ministros do STF e liderou articulações em temas sensíveis, como a crise dos descontos indevidos no INSS e a contestação de tarifas impostas pelos Estados Unidos.

EVANGÉLICOS

Único ministro evangélico de Lula, Messias mantém relação direta com lideranças religiosas, participa de eventos do segmento e frequenta a Igreja Batista Cristã em Brasília. Internamente, é considerado peça-chave na interlocução com o público evangélico.

Ao comentar a indicação, Jorge Messias afirmou ter recebido o convite “com honra” e disse estar comprometido com a defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito.

Com a nova escolha, Lula chega a cinco ministros nomeados ao Supremo ao longo de seus três mandatos. Messias iniciará agora as articulações no Senado para assegurar os 41 votos necessários à aprovação.

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