loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 12/12/2025 | Ano | Nº 6118
Maceió, AL
24° Tempo
Home > Política

Prazos

ALE e Câmara entram na reta final para votar orçamentos 2026

Assembleia deve analisar LOA até o dia 15; no Legislativo municipal, impasse sobre duodécimo pode atrasar votação

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp
Presidente da Comissão de Orçamento, Vereador Samyr Malta diz que ainda não há consenso sobre o duodécimo da Câmara
Presidente da Comissão de Orçamento, Vereador Samyr Malta diz que ainda não há consenso sobre o duodécimo da Câmara | Foto: Dicom CMM

Enquanto a Assembleia Legislativa (ALE) avança nos prazos regimentais e prepara a votação do orçamento estadual de 2026 até o dia 15 deste mês, a Câmara Municipal de Maceió vive dias de tensão e indefinição.

O impasse envolvendo o duodécimo da Casa tem atrasado a análise da Lei Orçamentária Anual (LOA) e já provoca alertas sobre a possibilidade real de o recesso parlamentar, previsto para o dia 20, ser adiado. Nos bastidores, vereadores falam abertamente na chance de a votação se arrastar até o dia 22 ou mesmo até 30.

No âmbito estadual, o governo enviou à ALE uma proposta de orçamento que prevê receitas e despesas na ordem de R$ 26,66 bilhões, valor 11,9% maior que o aprovado para 2025.

O salto decorre da ampliação da receita bruta, que deve crescer R$ 3,19 bilhões, segundo a Superintendência de Orçamento Público (SOP). Esse aumento envolve repasses federais, operações de crédito, receitas do Fundeb, participações em fundos e outras fontes.

O Tesouro Estadual aparece como motor desse crescimento, com arrecadação estimada em R$ 13,44 bilhões, alta de 12,89% puxada por impostos como ICMS, IPVA, ITCD e IRRF.

A peça orçamentária está estruturada em R$ 24,27 bilhões para o Orçamento Fiscal e R$ 2,39 bilhões para a Seguridade Social. A projeção também apresenta compatibilidade com o Plano Plurianual e com a LDO, além de cumprir as exigências do novo arcabouço fiscal, mantendo as despesas 3,34% abaixo do limite permitido pela Lei nº 9.324/2024. A Receita Corrente Líquida foi estimada em R$ 18,14 bilhões, e o governo reservou R$ 281,2 milhões para emendas parlamentares impositivas, que serão distribuídas entre os 27 deputados.

Regimentalmente, a LOA estadual precisa ser votada até 15 de dezembro, último prazo antes da adoção de sessão permanente. O presidente da Comissão, deputado Breno Albuquerque (MDB), afirmou que a Casa está empenhada em ajustar a peça orçamentária às prioridades do Estado.

MUNICÍPIO

Enquanto a ALE se aproxima da etapa final, a situação na Câmara de Maceió permanece indefinida. A LOA municipal para 2026 estima receitas e despesas de R$ 5,637 bilhões, impulsionadas por melhora nas transferências estaduais e federais e pelo desempenho da arrecadação própria após ajustes fiscais implementados neste ano.

Desses recursos, R$ 135,1 milhões foram destinados ao orçamento da Câmara, valor superior aos R$ 120,3 milhões aprovados para 2025.

Apesar disso, um grupo de vereadores articula um aumento adicional de R$ 5 milhões no duodécimo, sob argumento de que o crescimento da receita justificaria um reforço no orçamento do Legislativo.

A equipe econômica da prefeitura resiste ao pleito e argumenta que a previsão atual já reflete a real capacidade financeira do município. A falta de consenso paralisa as comissões de Finanças e de Constituição, que estão reunidas praticamente em regime contínuo desde a semana passada.

O presidente da Comissão de Orçamento, vereador Samyr Malta (Podemos), admitiu à Gazeta que as conversas seguem intensas nos bastidores e que ainda não há uma solução fechada. Ele afirmou que, caso as negociações demorem mais alguns dias, a votação poderá ocorrer até o dia 30 de dezembro.

Fontes da Secretaria Municipal de Governo revelam que o Executivo estaria disposto a aceitar um valor menor, de aproximadamente R$ 2 milhões, mas a proposta não foi formalizada.

A situação é agravada pelo novo Regimento Interno da Câmara, que entrou em vigor neste ano e tornou o processo mais rigoroso.

O recesso legislativo foi reduzido de 90 para 70 dias, e a votação da LOA passou a exigir quórum qualificado: um terço dos vereadores para abrir sessão e dois terços para aprovar o texto. As novas regras aumentam a pressão sobre a articulação política e reduzem as margens de manobra para atrasos.

Relacionadas