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Redução de penas

Pressionado por adiamento, Alcolumbre pauta PL da Dosimetria para amanhã

Presidente da CCJ, senador Otto Alencar diz que, do jeito que está, texto não passa pela comissão

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Alcolumbre decidiu que projeto deve ir a plenário nesta quarta
Alcolumbre decidiu que projeto deve ir a plenário nesta quarta | Foto: Agência Senado

Mesmo pressionado por senadores da base governista e da oposição a adiar a votação, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pautou para esta quarta-feira (17) a análise do Projeto de Lei da Dosimetria no plenário da Casa.

Antes disso, o texto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde enfrenta resistências e pode ser alvo de pedidos de vista – o que abriria espaço para o adiamento da discussão para 2026, embora a legislação permita que a vista dure apenas algumas horas.

O projeto altera regras de progressão de regime e reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Entre os possíveis beneficiados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

A pressão pelo adiamento ocorre porque parlamentares temem se associar a um texto que pode alcançar crimes além dos atos do dia 8 de janeiro. Pelo substitutivo aprovado na Câmara, a progressão de pena passaria a ocorrer após o cumprimento de um sexto da condenação, em vez de um quarto, mudança que não se aplica a crimes hediondos nem a réus reincidentes. No entanto, a nova regra também poderia beneficiar condenados por crimes como ambientais, coação no curso do processo e incêndio doloso.

Outro ponto central do projeto é o fim da soma de penas para crimes contra o Estado Democrático de Direito, como tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Nesse caso, prevaleceria a pena mais grave, aumentada em até metade — o que reduziria, por exemplo, a condenação de Bolsonaro para cerca de 24 anos e 10 meses.

No Senado, contudo, as críticas se intensificam. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), disse que o projeto, da forma como está, “não tem a menor chance de passar” pela comissão. Ele classificou a proposta como “absurda” e afirmou que muitos dos que a defendem não conhecem o conteúdo do texto.

A tramitação do PL também gerou reação fora do Congresso. No fim de semana, manifestações contra a proposta ocorreram em vários estados.

Segundo interlocutores, o projeto é resultado de um acordo que envolveu Câmara, Senado, setores do STF e aliados de Bolsonaro. No governo, a estratégia é tentar frear o avanço da proposta.

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