Crises
Bolsonaro é submetido a mais um procedimento para conter soluço
Segundo equipe médica, ex-presidente deve permanecer internado até pelo menos o dia 1º


A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro informou, na tarde de ontem, pelas redes sociais, a conclusão de mais um procedimento médico realizado no ex-presidente Jair Bolsonaro, internado no hospital DF Star, em Brasília. A intervenção integra o tratamento adotado para conter crises persistentes de soluço.
Segundo Michelle, Bolsonaro foi submetido a um bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo, procedimento complementar ao realizado no último sábado, quando o bloqueio ocorreu no lado direito. “Procedimento finalizado. Graças a Deus, agora aguardamos ele subir para o quarto”, escreveu.
Em entrevista coletiva após a cirurgia, a equipe médica explicou que será necessário um período mínimo de 48 horas para avaliação dos resultados e eventuais complicações. Também está prevista a realização de uma nova endoscopia digestiva alta nos próximos dias.
Ainda não há previsão de alta hospitalar. De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, a expectativa é que Bolsonaro permaneça internado ao menos até o dia 1º de janeiro, caso não haja intercorrências.
Os médicos informaram ainda que o ex-presidente apresenta apneia do sono severa, com cerca de 50 episódios por hora, diagnosticada por exame de polissonografia. Ele deverá utilizar equipamento específico para auxiliar a respiração durante o sono.
O cardiologista Brasil Caiado acrescentou que Bolsonaro teve episódios de hipertensão arterial nos últimos dias, incluindo picos durante e após o procedimento desta segunda-feira, controlados com medicação intravenosa. Apesar disso, o quadro geral é considerado estável.
De acordo com boletim médico divulgado no domingo, Bolsonaro apresentou nova crise de soluços durante a noite e elevação da pressão arterial, além de dificuldade para dormir. O bloqueio do nervo frênico já estava programado como parte da estratégia terapêutica para tratar os soluços refratários, indicados quando não há resposta adequada ao tratamento medicamentoso.
O procedimento busca interromper temporariamente os impulsos nervosos responsáveis pelas contrações involuntárias do diafragma, sem causar paralisia permanente.
O tratamento está relacionado a complicações decorrentes da facada sofrida por Bolsonaro em 2018, que provocaram alterações no trato gastrointestinal e episódios recorrentes de soluço ao longo dos anos.
Bolsonaro havia sido internado inicialmente para a realização de cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral, na última quinta-feira, mas permaneceu no hospital em razão das intercorrências clínicas. A internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade do tratamento médico.
