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Igreja afirma que n�o ir� se afastar dos temas pol�ticos

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O presidente da Comissão de Formação Política da Arquidiocese de Maceió, padre Manoel Henrique, desmentiu a notícia de que o Vaticano, através da visita ao Brasil do cardeal Giovanni Batista Re, prefeito da Congregação dos Bispos, tivesse recomendado à Congregação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que se afastasse de temas políticos ou econômicos. O padre reafirmou a importância da união entre o evangelho e a educação política para o desenvolvimento social do País, confirmando a realização do plebiscito sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em setembro e foi apoiado por parlamentares alagoanos. Segundo o padre, é praxe da CNBB convidar cardeais e outros representantes do Vaticano para as Assembléias Gerais que ocorrem anualmente, e foi para acompanhar este evento que o cardeal Re veio ao País. “Foi justamente nesta Assembléia que foi aprovado o Mutirão Contra a Fome, que envolve ações políticas num grande processo de intercooperação para solucionar o problema da fome. O cardeal não só tomou conhecimento como também acompanhou este processo e não houve repressão alguma, ele veio para conhecer melhor o episcopado brasileiro e seus projetos para contribuir com o progresso deste povo”, explicou. Insatisfação A informação é comprovada por D. Celso Queiroz, que esteve presente à Assembléia Geral da CNBB e afirmou que não houve qualquer tipo de crítica à Congregação. A notícia da insatisfação do Papa João Paulo II com a postura da CNBB surgiu de alas internas da Igreja Católica que discordam da ação social da instituição, acreditando que o aumento do número de católicos que se convertem à religião Evangélica deve-se ao fato de a Igreja Católica preocupar-se mais com questões políticas do que com os problemas espirituais. “Toda evangelização envolve o ser humano em todas as suas dimensões. A fome é um dos maiores pecados sociais contra a humanidade, se a Igreja puder amenizar este problema de alguma forma por que não fazê-lo?”, defendeu o padre. Com a aproximação do período eleitoral percebe-se uma maior discussão sobre os temas políticos, sociais e econômicos entre religiosos e até denúncias por parte da Igreja Católica, como o caso dos bispos do Maranhão que relataram para jornais e revistas de projeção nacional a real situação de miséria do Estado do Maranhão, fortalecendo a posição da Igreja Católica na participação da política brasileira. Procedimentos como este são apoiados pela maioria da instituição: “Cabe à Igreja, não somente em momentos eleitorais proporcionar uma educação política aos seus fiéis. Cabe a ela também a educação para a cidadania, pois todo brasileiro deve sentir-se sujeito da história de sua pátria, não há nexo afirmar que o Vaticano seria contra isto, chegando a enviar um cardeal para repreender a CNBB”, completou padre Manoel Henrique. Plebiscito A CNBB realizou em setembro de 2000 um plebiscito sobre a dívida externa brasileira e realizará outro em setembro deste ano, sobre a Alca, consultando a população sobre as ameaças, que este mercado comum pode trazer ao Brasil. A CNBB mostrou-se contra a Alca, que segundo a Congregação ameaça a soberania nacional. Para o padre Manoel Henrique o plebiscito será de grande importância para esclarecer o que realmente a Alca representa para o Brasil. Segundo o presidente da CNBB, D. Jayme Henrique Chemello, os termos de adesão à Alca precisam ser melhor explicados à população, e o Papa João Paulo II não mencionou nada contra a posição da CNBB, bem como de outros religiosos que se mostraram contra a Alca, como os bispos canadenses, que acreditam que ela representaria o empobrecimento da América Latina. Com uma visão informativa, as três dioceses de Alagoas lançarão, juntas, uma cartilha de orientação política para a população de todo o Estado. As cartilhas serão distribuídas gratuitamente e fornecerão informações sobre todos os candidatos (nome e número), as funções exercidas por cada cargo, direitos e deveres de políticos e eleitores, orientação de todo tipo para que o voto aconteça de forma mais consciente. Cartilhas como as que estão sendo organizadas em Alagoas já são utilizadas em vários Estados brasileiros com grande sucesso. Alguns parlamentares alagoanos defendem a posição da CNBB, considerando que quanto mais esclarecida a população mais consciente do voto ela será e que a Igreja é uma fonte de informação e educação política aos seus fiéis. Concordou também com a realização do plebiscito em setembro. A opinião é de que a Alca pode consolidar o Brasil como “quintal” dos Estados Unidos, devendo a Igreja, então, posicionar-se diante de mais esta questão política e social.

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