Política
Reitoria da Ufal processa estudantes

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra três alunos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pedindo a Justiça Federal a condenação dos mesmos. Flávio Falcão Lima de Souza (25 anos), Kyvia Virgina Bahamondes Murta (22) e Lee Flores Pires, 28, são acusados da prática dos crimes de resistência e desacato a servidores públicos. Eles são réus após a reitora da Ufal, Ana Dayse Dórea Resende, prestar queixa à Polícia Federal. Tudo teve início na manhã do dia 10 de dezembro de 2007, dois anos e três meses atrás. Um grupo de estudantes, contrários à implantação em Alagoas do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), foram até o auditório da Reitoria, no Campus A.C. Simões, no Tabuleiro, para impedir a votação do Conselho Universitário (Consuni), que decidiria se a Ufal iria ou não aderir ao programa. Acusados se dizem vítimas de situação Procurado pela Gazeta, o jovem Flávio Falcão Lima de Souza não quis ser fotografado. Ele explicou que já não é mais estudante da universidade. O ex-militante do movimento estudantil agora é médico e trabalha no município de Teotônio Vilela, numa das equipes do Programa Saúde da Família (PSF). Mas Flávio aceitou falar sobre o processo. ?Eu fiquei surpreso com a disposição da reitoria da Ufal em processar a gente. Na verdade, a gente foi vítima de toda esta situação. Nós só queríamos que a decisão sobre o Reuni se desse de forma democrática, com os alunos participando das discussões. Pelo calor daquele momento, houve agressão, mas repito: a agressão partiu dos vigilantes da Ufal?, justificou Flávio, comedido com as palavras. Depoimentos incriminam alunos A reitora Ana Dayse Dórea e o vice-reitor, Eurico Lobo, também foram depor no inquérito policial. Ana Dayse afirmou que ?um grupo de 30 a 40 estudantes com vinculação política se opôs à adesão da Ufal ao Reuni?. Ela disse que o tumulto dos estudantes inviabilizou a reunião e, com o cancelamento dos trabalhos, os alunos teriam impedido a saída dos conselheiros do auditório. Por isso, acionou a segurança, o que gerou o conflito. Em depoimento à Polícia Federal, de acordo com as informações do Ministério Público Federal, os alunos Lee Flores e Kyvia Virginia Bahamondes Murta teriam dito que ?como não conseguiram a oportunidade de rediscutir a questão abertamente [adesão ou não ao Reuni], postaram-se em volta do Conselho a fim de impedir qualquer votação, mas tendo em vista este fato a reitora suspendeu a reunião e fez sinal para os vigilantes, que partiram para cima dos manifestantes?.