Ano de 2019 marca avanços na agropecuária
Apesar das dificuldades, cadeias produtivas dos segmentos da agricultura e da pecuária tiveram conquistas relevantes que marcaram o crescimento do setor em Alagoas. Cana, grãos, mercado do boi, segmento do leite, agricultura familiar e muitos outros temas importantes fizeram parte do Gazeta Rural neste ano
Por Editoria da Gazeta Rural | Edição do dia 28/12/2019 - Matéria atualizada em 28/12/2019 às 04h00
O ano de 2019 entra na reta final deixando uma série de conquistas e de muitos desafios superados. Para o setor agropecuário alagoano não poderia ter sido diferente. Em meio às dificuldades que surgiram ao longo do ano, as vitórias acumuladas nos últimos 12 meses, trouxeram ganhos que fortaleceram ainda mais as cadeias produtivas dos segmentos da agricultura e da pecuária alagoana. Nesta última edição de 2019, apresentamos uma retrospectiva dos principais temas que foram destaque no Gazeta Rural.
CANA
A primeira capa do Gazeta Rural de 2019 trouxe a expectativa do setor sucroenergético de uma nova safra de retomada de crescimento da produção. Neste sentido, as estimativas continuam otimistas. De acordo com novo levantamento do Sindaçúcar-AL, a safra de cana-de-açúcar 19/20 deve chegar a uma produção de 18 milhões de toneladas ou até mais.
O crescimento em relação a safra anterior, quando foram processadas 16,5 milhões toneladas de cana, será de 15% e de 40% se comparada a safra 17/18, cuja produção foi de apenas 13,7 milhões – considerada a “pior da história” do setor.
Já no âmbito financeiro, diante de um cenário otimista, a receita setorial estimada para a safra é de R$ 3,2 bilhões, em crescimento 20% sobre o ciclo 18/19 e 91% sobre a safra 17/18.
O aumento da safra também trouxe resultados positivos na geração de empregos pelo setor em Alagoas, operando neste ciclo com 80 mil empregos formais contra 51 mil empregos na safra 17/18.
GRÃOS
Como não poderia deixar de ser, temas relacionados ao plantio de grãos em Alagoas também foram recorrentes no Gazeta Rural em 2019. Atualmente, Alagoas conta com uma área aproximada de sete mil hectares cultivados de grãos, onde são aplicadas ferramentas da mais alta tecnologia com a finalidade de se produzir cada vez mais por hectare. Diante de investimentos crescentes, a cultura se tornou uma das que mais se desenvolve no Estado.
Neste sentido, com a previsão de que a safra de grãos 19/20 em Alagoas atinja a marca recorde de 5,7 mil toneladas, um dos principais entraves que segurava a produção no Estado - as barreiras de comercialização - foi sanado com a publicação de um decreto que desonerou e reduziu a carga tributária em 2% na venda dos grãos para dentro e fora do Estado.
Com a alteração tributária, um pleito dos produtores rurais do segmento de grãos, foi concedido crédito presumido do Imposto sobre ICMS nas operações internas e interestaduais do milho, milheto, soja e sorgo, feitas por produtores estabelecidos no Estado. O decreto entrou em vigor desde o dia 1º de novembro.
Medida semelhante foi aplicada a outros segmentos da agropecuária alagoana, beneficiando a cadeia produtiva do frango, coco, leite e da carne, por exemplo.
PECUÁRIA
Temas relacionados a pecuária estiveram também entre os mais publicados no Gazeta Rural nas edições deste ano. A Expoagro - principal vitrine e termômetro da pecuária alagoana - terminou com variação positiva no volume de negócios. O faturamento da exposição passou dos R$ 10,4 milhões, gerando um crescimento superior a 30%. O resultado positivo foi puxado, especialmente, pelos leilões da raça nelore, com crescimento de até 90%. Este cenário de positivo antecipou o aquecimento do mercado da pecuária de corte em Alagoas, que vem operando em forte alta nos últimos dias.
Até a Expoagro, que foi realizada de 25 de outubro a 03 de novembro deste ano, a cotação da arroba do boi gordo estava “empacada”, em Alagoas, entre R$ 165 e R$ 170. Nas últimas de novembro, esse valor aumentou de forma considerada com os preços variando de R$ 210 até R$ 225.
A alta no preço do boi gordo foi puxada especialmente pelo mercado nacional e a crise da carne na China, além da baixa oferta de boi gordo – reflexo da seca de 2017 – a safra de cana-de-açúcar também ajuda no aquecimento da pecuária de corte.
LEITE
Questões que abordaram a luta enfrentada pelo segmento do leite marcaram presença este ano no suplemento rural. O potencial da genética leiteira do rebanho bovino de Alagoas, que a cada ano conquista um espaço de destaque no cenário da pecuária regional, levou o Estado a conquistar a quarta colocação em produtividade na atividade leiteira.
O reconhecimento foi conquistado com a obtenção dos títulos de melhores criadores e expositores da 1ª Etapa do Circuito Nordestino do Girolando e julgamentos da Festa do Boi, realizado, ocorridos na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, na primeira quinzena deste mês de outubro.
Alagoas conta com uma produção diária média instalada de processar até 800 mil litros por dia. Com um grande potencial instalado a indústria de beneficiamento de leite, formada por 36 laticínios de portes variados se mantém atuante, gerando emprego e renda em Alagoas, além de ofertar ao público consumidor um leque de produtos com qualidade comprovada.
PROGRAMA DO LEITE
Apesar dos atrasos, os pequenos produtores de leite alagoanos, que são beneficiados pelo Programa do Leite no Estado, tiveram o que comemorar este ano. Além da garantia na continuidade do programa até 2020, os recursos para manutenção do programa referente a restante as parcelas de 2019 foram assegurados.
Com o programa, são mais de 52 mil litros do produto adquiridos por dia, pelas cooperativas CPLA, Cooperativa Pindorama, Cafisa, Coopal e AAGRA. Atualmente, o programa em Alagoas paga R$ 2,20 por litro de leite. Deste total, R$ 1,28 é destinado ao produtor e R$ 0,84 ao laticínio – onde é realizado o processo de pasteurização do produto.
EUCALIPTO
Apesar do ciclo longo, o mercado aquecido com demandas na indústria moveleira tornou o eucalipto uma cultura promissora que despertou a atenção de produtores rurais e de empresas interessados em investir no segmento, que em 2019 apresentou resultados positivos.
Só na zona rural da capital alagoana, por exemplo, existe um dos maiores plantios do Estado com uma área cultivada de 9.500 hectares, onde mais de 15 milhões de mudas - plantadas de forma manual – mudaram o cenário de localidades que há décadas eram ocupados por canaviais.
Vale destacar que o plantio de eucalipto é feito em longo prazo, o processo é executado por pelo menos 12 anos em uma determinada propriedade, tendo a perspectiva de ser renovado sucessivamente.
MINISTRA
Este ano, ainda no primeiro trimestre, a Cooperativa Pindorama recebeu a visita da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Na oportunidade, a representante do governo federal afirmou que Pindorama é um exemplo de sucesso do cooperativismo no Nordeste, e que fez questão de conhecê-la por achar que a organização dos agricultores familiares em cooperativas é fundamental.
Em Pindorama, Tereza Cristina visitou a usina de álcool, a unidade de secamento da levedura de cana-de-açúcar, a fábrica de alimentos e a de álcool gel. Na oportunidade, também conheceu ainda o museu da cooperativa que se destaca pela produção de alimentos e pela pecuária leiteira e de corte, além da exploram diversas culturas, com ênfase na cana e na fruticultura.
MANDIOCA
Considerada a cultura mais importante no agronegócio de Alagoas depois da cana-de-açúcar, a mandioca em Alagoas atravessou em 2019 uma fase de expectativas. Mas, apesar de um quadro um tanto preocupante quanto ao futuro da lavoura em Alagoas, a esperança dos produtores rurais se renovou com o projeto de instalação de uma fecularia, no município de Teotônio Vilela.
Uma das maiores indústrias de beneficiamento de mandioca do Brasil, a Amafil, com sede no Paraná, anunciou, no início deste ano, a instalação de uma planta em Alagoas. A nova indústria, a oitava fábrica do grupo, será instalada no Polo Industrial Governador Eduardo Campos, em Teotônio Vilela.