Criada como uma forma de incentivar o abastecimento consciente do etanol em Alagoas, diante da perda de competitividade frente a gasolina e da própria redução de consumo por conta da pandemia da Covid-19, entidades do agronegócio do Estado, em especial do setor sucroenergético, uniram forças, formando uma corrente em defesa do biocombustível genuinamente nacional e alagoano.

Neste cenário, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL) foi uma das instituições que desenvolveu a campanha “Abasteça com Etanol”, cuja iniciativa destacou a importância do biocombustível para a geração de emprego e renda no campo, além da sua contribuição para o fortalecimento da economia do Estado e da preservação do meio ambiente. 

“Independentemente das ações governamentais, nós podemos contribuir neste processo. Alagoas é o maior polo produtor de etanol do Nordeste. Devemos abastecer nossos veículos com o etanol como uma forma de exercermos uma cidadania positiva para o desenvolvimento e para que possamos também preservar empregos no campo. Conseguimos catalogar o engajamento e a adesão para a campanha Abasteça com Etanol de personalidades da sociedade civil e até de fora do nosso segmento produtor. Enfim, toda a sociedade alagoana está engajada neste processo em defesa do etanol”, declarou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

A campanha contou ainda com a adesão de outras entidades ligadas ao setor sucroenergético, além de instituições do âmbito governamental.

“É importante o alagoano consumir o etanol para poder proteger o emprego e a produção do nosso Estado. É isso que estamos precisando, comprar de empresas alagoanas”, afirmou o presidente da Associação Comercial de Maceió, Kennedy Calheiros.

“O alagoano deve ter essa conscientização para a escolha do etanol. Isso ajuda as empresas a se manterem vivas em um momento de crise e na manutenção dos empregos em toda a cadeia produtiva da cana em Alagoas, além de contribuir na preservação ao meio ambiente”, declarou Edgar Filho, presidente da Asplana, entidade que também lançou uma campanha de incentivo ao consumo consciente do etanol.

“Em Alagoas, o etanol produz emprego no campo e também na cidade, por intermédio do consumo. Ao abastecer com etanol o alagoano está usando um combustível limpo, contribuindo com o meio ambiente. Essa ação ajudará Alagoas a se desenvolver e gerar cada vez mais empregos”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, Rafael Brito.

A campanha, que teve início neste mês de junho, também agregou dirigentes de entidades e instituições dos segmentos do agro e da indústria, além das esferas governamentais, pesquisa e educação.

“O etanol é um combustível sustentável, limpo, além de também ser produzido em Alagoas. Então, é importante que, na hora de abastecer, escolher o etanol. O meio ambiente agradece e os alagoanos também”, afirmou o presidente do IMA/AL, Gustavo Lopes.

“A cultura da cana-de-açúcar, historicamente, tem dado grande contribuição para o desenvolvimento econômico e social de Alagoas. Com isso, lembramos que o etanol é uma energia renovável e não poluente, sendo assim, vamos abastecer os veículos com etanol. Além de ajudar o meio ambiente, contribui para o desenvolvimento do nosso Estado”, declarou o pesquisador Geraldo Veríssimo, presidente do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) da Ridesa/Ufal.

“Quando for abastecer o veículo, faça a opção pelo etanol. Por ele ser um produto ecologicamente correto, ao abastecer com esse combustível estamos também prestigiando a indústria nacional e a nordestina”, ressaltou o deputado federal alagoano, Isnaldo Bulhões.

A cada semana, a campanha de incentivo ao consumo de etanol ganhou novos aliados que destacaram a importância do biocombustível para Alagoas.

“Temos que pensar no etanol. É muito importante para que todos aqueles que possam contribuir usar o etanol que é um combustível limpo e produzido aqui no nosso Estado. Temos que pensar no nosso produto. É esse etanol, que é fabricado com a nossa cana, que gera emprego, imposto e benefício para o meio ambiente. Temos que pensar nisso, no lado positivo. O etanol contribui mais que a gasolina”, afirmou o presidente da Coplan, Fernando Rossiter.

Para o presidente da Federação da Agricultura de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, o setor sucroenergético sempre será fundamental para o desenvolvimento alagoano. “A cadeia produtiva da cana-de-açúcar, hoje, já planta no nosso Estado mais de 250 mil hectares. Junto a este cenário, temos os mais de seis mil quinhentos plantadores de cana que geraram só na safra 19/20 mais de 80 mil empregos diretos. Diante dessa grave situação, ocasionada pela pandemia da covid – 19, abasteça o veículo com etanol. Ao tomar essa decisão, o consumidor alagoano estará contribuindo com o aumento da produção do campo e permitindo que vários alagoanos tenham o seu sustento”, afirmou.

“Alagoas é um grande produtor de etanol. É um combustível que gera emprego em Alagoas e que não é poluente. Por esses motivos, apelamos para que os usuários de combustíveis em Alagoas usem mais etanol para manter os empregos no Estado”, defendeu o presidente da Federação da Indústria do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra.

“Na hora que for abastecer, se puder escolher, vai de etanol. Combustível sustentável e limpo, que gera emprego e renda para milhares de famílias alagoanas”, declarou o prefeito de Maceió, Rui Palmeira.

Venda direta

Essa semana, em meio a ação de incentivo ao consumo de etanol junto à população, o presidente Jair Bolsonaro informou em sua conta no Twitter que o Conselho Nacional de Política Energética estabeleceu diretrizes para que o etanol possa ser vendido das usinas diretamente para os postos de combustíveis.

A medida é uma antiga reivindicação do setor sucroenergético do Nordeste, especialmente de Alagoas. A venda direta de etanol aos postos de combustíveis, sem passagem pelas distribuidoras, pode reduzir o preço final do combustível no Estado entre 20% e 30%.

Atualmente, as usinas são obrigadas a vender o etanol para distribuidores. Nesse processo, as distribuidoras funcionam apenas como intermediários, prejudicando toda a cadeia produtiva. A regra atual da ANP estabelece que todo combustível deve passar por empresa distribuidora antes de chegar às bombas dos postos. 

Existem ainda iniciativas no Congresso Nacional para tentar estabelecer a venda direta. Um projeto de decreto legislativo para liberar a venda sem intermediários também está tramitando na Câmara dos Deputados. Ele foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia no fim de 2019 e está sendo analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), para depois seguir para votação no plenário. Outro projeto semelhante já foi aprovado no Senado.