Segmento de grãos tem mercado aquecido
Com um mercado totalmente aberto para os grãos com preços em alta, saca de milho ultrapassa os R$ 60 e a de soja R$ 130, por hectare. Alagoas conta hoje com uma área superior a 90 mil hectares plantados
Por Editoria do Gazeta Rural | Edição do dia 26/09/2020 - Matéria atualizada em 26/09/2020 às 04h00
Alternativa para a monocultura da cana-de-açucar em Alagoas, o cultivo de grãos conquistou novos espaços, transformando Alagoas em polo promissor de produção deste tipo de alimento na região Nordeste. Com uma área superior a 90 mil hectares plantados, sendo 11 mil hectares tecnificados com o cultivo de soja, feijão e milho.
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas (Seagri), por meio da Comissão Estadual de Grãos, dos hectares cultivos em solo alagoano, 57 mil são destinados ao plantio de milho; 36 mil de feijão; 1.400 de soja e 2.430 de arroz, além de 12 mil para o plantio de feijão de corda verde.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas contará com uma das maiores safras de grãos dos últimos anos ultrapassando 105 mil toneladas de grãos secos e quando somados os grãos verdes, a exemplo do feijão de corda, há um crescimento de mais 16 mil toneladas. Não está nesta conta, a área de plantio de milho verde que é consumido no período junino.
Caravana
Como forma de promover os avanços do cultivo de grãos em Alagoas, a Seagri realizou a primeira Caravana de Grãos de 2020, adida por causa da pandemia do novo coronavírus, ocorreu diante da execução de todas as normas de prevenção a covid -19 seguindo protocolo sanitário.
Na oportunidade, a comitiva formada por representantes do governo, instituições ligadas ao setor do agro e produtores rurais participou de uma visita técnica para acompanhar os resultados de produção e pesquisa com grãos. As visitas foram realizadas nos municípios de Anadia e Limoeiro de Anadia, onde há o plantio de milho, soja e algodão, além de áreas de pesquisa experimental de soja, milho e trigo.
“A produção de grãos é uma atividade muito importante para o desenvolvimento do estado e deve sempre ser incentivada”, explica o secretário de Estado da Agricultura, João Lessa, que participou da comitiva.
Por meio do Programa de Incentivo à Produção de Grãos, A Seagri tem impulsionado resultados positivos na área. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma parceira indispensável no desenvolvimento das lavouras de soja e milho.
“Existe um mercado totalmente aberto para os grãos com preços excelentes. Saca de milho acima de R$ 60 e de soja acima de R$ 130, por hectare. Tendo estes preços, aliado a boa tecnologia acreditamos que aqui temos teto para produzir 150 sacas de milho por hectare e produtividade média de 70 sacas de soja por hectare, se estes valores forem multiplicados será visto uma excelente rentabilidade“, afirmou Hibernon Cavalcante, presidente da Comissão Estadual de Grãos, lembrando da importância da rotação de culturas.
De acordo com ele, os investimentos no segmento vem ocorrendo não apenas em melhoramento genético, mas também em equipamentos. “Este ano, a gente dezenas de colheitadeiras de milho sendo usadas no Estado. O mercado diz que devemos produzir e os produtores estão se estimulando e investindo cada vez mais”, afirmou.
Produtor
Para Ivanilson Araújo, produtor rural que investe no plantio de grãos em Alagoas, 2020 foi considerado um ano diversificado por conta do volume de chuvas registrados ao longo dos meses. “Como acabou chovendo bastante, houve um certo comprometimento da safra da safra de milho em alguns lotes, sem que causassem dano a qualidade do grão. Começamos o plantio de milho muito cedo e tivemos uma janela para fazer uma safrinha que neste caso é de feijão e que está sendo feita pela primeira vez em Alagoas. No geral, pra nós está sendo muito bom”, informou.
Segundo o produtor, que foi um dos pioneiros no plantio de grãos em larga escala no Estado, outra experiência positiva está sendo o plantio de algodão com o cultivo de uma área de 400 hectares. “Plantamos sorgo também e nossa área de milho foi superior a dois mil hectares, que está em plena colheita. No total, foram plantadas de grãos na nossa área 3.200 hectares. Mas, com a rotação de cultura, quando se colhe o milho e se planta o feijão, temos o aumento dessa área para 4.400 hectares”, declarou.
Com o propósito de fomentar novas tecnologias, uma área pertencente ao produtor rural foi cedida para a Embrapa para pesquisa e experimentos. “Cedemos uma área de 20 hectares de campos experimentais para várias culturas, sendo um laboratório de campo aberto, sendo uma grande contribuição da Embrapa para Alagoas”, reforçou Ivanilson.