Rural
Alagoano toma posse na Academia Brasileira de Ciência Agronômica
Pesquisador é uma das maiores referências no país no trabalho de melhoramento genético da cana-de-açúcar

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. A área plantada é estimada em 8,5 milhões de hectares, com produção de 642 milhões de toneladas por safra. O país é também o maior produtor mundial de açúcar, respondendo por cerca de 21% da produção e 44% do comércio global do produto.
Em 2020 o setor bateu recorde de exportação de açúcar, com mais de 31 milhões de toneladas e faturamento bruto de quase US$ 9 bilhões.
Em relação ao mercado nacional, Alagoas perdeu volume no campo e na indústria. Ainda assim, mantém com sua área plantada de 295 mil hectares e produção de 17 milhões de toneladas de cana, a liderança de produção no Norte e Nordeste.

Mas quando se fala em conhecimento, expertise no setor sucroenergético, Alagoas se mantém como uma das principais referências globais. Alguns alagoanos são donos de grandes grupos em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo.
Há quem diga até que os alagoanos “ensinaram” os paulistas a plantar cana. Se é fato ou não, ainda hoje, o Estado continua como importante centro de formação de mão de obra especializada e de conhecimento que ajudam na inovação e no aumento de produtividade dos canaviais brasileiros.
Um bom exemplo é o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar. O PMGCA desenvolve novas variedades de cana a partir de cruzamentos realizados na Serra do Ouro, em Murici. O programa, que responde por mais da metade das variedades de cana plantadas no Brasil, é realizado por uma rede de universidades a partir da Federal de Alagoas (UFAL) e coordenado por um agrônomo que dispensa apresentações no setor: o doutor Geraldo Veríssimo. E foi ele quem tomou posse na terça-feira (22) na Academia Brasileira de Ciência Agronômica.
“Represento Alagoas na Academia que tem a missão de promover o desenvolvimento da memória da ciência agronômica, valorizando os profissionais da área, tendo como visão participar ativamente nas decisões nacionais nas políticas do setor agrícola, nas mais diversas especializações”, afirmou Veríssimo, que trabalha na UFAL, como engenheiro agrônomo, há 43 anos, desenvolvendo as variedades RB, onde a universidade de Alagoas é ativa neste processo.

A solenidade, que ocorreu no formato virtual, reuniu convidados e acadêmicos, a exemplo do ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, ocupante da cadeira número 01 da Academia e indicado, este ano, para o Prêmio Nobel da Paz.
“Nós que fazemos a Asplana estamos ligados a UFAL com o Programa do Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar. Geraldo Veríssimo ter assumido essa cadeira é importante para Alagoas e para a Ufal que é uma universidade referência em variedades de cana. Parabenizamos Geraldo Veríssimo e a posse dele deixa todo o setor muito orgulhoso”, afirmou Edgar Filho, presidente da Asplana.
“A merecida posse como acadêmico titular na Academia Brasileira de Ciência Agronômica honra os alagoanos e nordestinos, além de colocar a academia agronômica desenvolvida em Alagoas com destacada referência de qualidade e seriedade. Parabéns professor Geraldo Veríssimo UFAL e RIDESA pelo seu expressivo trabalho”, declarou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.
Veríssimo é graduado em Agronomia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco; mestre em Agronomia/Estatística e Experimentação Agronômica, pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo e doutor em Agronomia/Produção Vegetal pela Universidade Federal do Paraná.