CHUVAS EM AL: PRODUÇÃO RURAL TERÁ REFLEXO POSITIVO
Precipitações pluviométricas, principalmente na região do Semiárido e do Agreste, deverão colaborar para um rendimento significativo das lavouras
Por Editoria do Gazeta Rural | Edição do dia 04/06/2022 - Matéria atualizada em 04/06/2022 às 04h39
A quadra chuvosa - típica do mês de maio - chegou a registrar índices pluviométricos de até 230% nas regiões da Zona da Mata e litoral de Alagoas, conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Segundo mês mais chuvoso do ano, maio foi encerrado com índices positivos para a produção agrícola devido ao alto volume pluviométrico. Apesar de ter provocado perdas para a população de diversas localidades e até perdas de vidas, os índices, principalmente nas regiões mais secas do Estado, deverão colaborar para um rendimento significativo no campo.
O prognóstico de impactos para a agricultura e pecuária, segundo análise do coordenador da Sala de Alerta da Semarh, Vinícius Pinho, aponta para dois cenários. De acordo com ele, as regiões de produção rural não devem somar perdas.
“Quando a gente pensa nessa chuva no aspecto do agronegócio, são considerados os contextos do Semiárido, Agreste e Baixo São Francisco, com toda escassez eventual da região. De certa forma, esse volume acima do normal foi benéfico. Já nas regiões da Mata e Litoral, com mais alagamentos de rios e riachos, as chuvas podem ter encharcado um pouco mais a lavoura e afetado a produção rural nos plantios e na logística do serviço de entrega do produto, por exemplo”, resumiu o coordenador.
Mesmo com a região “metade leste” em atenção, o setor ainda não sente os impactos negativos das chuvas. Por enquanto, segundo análise do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, as precipitações acima do esperado não provocaram danos e nem perdas individuais nas propriedades.

“Em tempo, não temos recebido na federação reclamações de companheiros com produção afetada pelo excedente pluviométrico. Naturalmente, nós nos solidarizamos com as perdas e pessoas afetadas pelos alagamentos e enchentes. Mas, de antemão, ressaltamos que no sentido produtivo as chuvas são sempre bem-vindas. A Faeal entende que esse mês de maio foi muito bom para o setor, onde vamos ter produção em abundância, principalmente no Agreste e no Sertão. Expectativa positiva de uma safra maior em relação aos anos anteriores. Contudo, estamos de portas abertas em caso de perdas produtivas, com nossa equipe pronta para dar a atenção necessária”, afirma o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.
Até o fechamento desta reportagem, a Sala de Alerta da Semarh previa cenário de instabilidade com muita umidade sobre o território alagoano, podendo diminuir um pouco em volume pluviométrico. A expectativa é pelo registro de chuvas intervaladas ou isoladas, considerando a possibilidade de pancadas mais intensa principalmente na metade leste, Baixo São Francisco e Zona da Mata. Já nas regiões do Sertão e Agreste, as chuvas passam a chegar com menos força e intensidade.
No setor canavieiro, o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Edgar Filho, afirmou que as chuvas para a lavoura também não foram consideradas ruins. “Veio um volume maior que o esperado. Mas, para o canavial, de uma forma geral, não foi prejudicial. As chuvas foram ruins para as cidades. Mas, no segmento surcroenergético, não soubemos também de relatos de usinas que foram afetadas, como ocorreu em Pernambuco”, destacou.
Segundo ele, havendo dias de sol para as próximas semanas, com o lençol freático com nível mais alto por conta das chuvas, “a tendência é que a cana cresça e se desenvolva mais, resultando em uma safra melhor que a anterior. Nesse período de inverno, quanto mais chuva, maior a produtividade”, finalizou o dirigente dos fornecedores de cana de Alagoas.