Reconhecimento
Alagoas mira mercados mundiais com a conquista de zona livre internacional de febre aftosa
Com a certificação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal, o estado abre possibilidades de novos mercados, planejando expandir seus negócios para a África e a Ásia

O reconhecimento internacional de Alagoas como zona livre de febre aftosa sem vacinação foi comemorado pelo setor produtivo do Estado, que aguardava esse status sanitário há décadas. Com um rebanho superior a 1,3 milhão de animais, Alagoas conta com uma pecuária de corte e leite reconhecida nacionalmente, além de ser detentora de animais de elite, com alta qualidade genética.
Com a certificação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal, o estado, que antes mantinha transações comerciais apenas com outros entes da federação, amplia agora suas possibilidades para o mercado internacional, com foco especial nos países africanos e asiáticos.
“Alagoas está inserida nesse processo, juntamente com o Brasil, como zona livre da aftosa sem vacinação. Isso permite que não fiquemos isolados de possíveis mercados. Foi um passo muito importante. O Brasil avançaria em relação a outras regiões, e o Nordeste poderia ficar excluído. Com o Brasil agora tendo o status de livre sem vacinação, há a possibilidade de abertura de novos mercados, sobretudo para o Nordeste e, especialmente, para Alagoas”, destacou o presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA) e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG), além de superintendente do Sebrae-AL, Domício Silva.
De acordo com o dirigente, as transações comerciais devem ocorrer, principalmente, com a venda de animais vivos para mercados que começam a se abrir, como os africanos e asiáticos. “Por questões geográficas e de semelhanças climáticas, podemos atingir esses mercados”, reforçou Silva.
Segundo ele, o Brasil, neste primeiro trimestre, bateu recorde de exportação de animais vivos. “É um mercado promissor, dominado principalmente pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, mas que também pode se abrir ao Nordeste, especialmente diante da expansão observada no mercado africano e asiático. Inclusive, na última Expoagro, realizamos uma ação de promoção internacional, e há interesse de países africanos na aquisição da genética do rebanho alagoano”, afirmou.
UNIÃO
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, enalteceu a conquista da certificação internacional, que traz novas oportunidades para o agronegócio alagoano, com a expectativa de gerar mais emprego, renda e investimentos.
“Essa certificação foi fruto de uma luta que iniciamos em 2006, com a criação da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal). Isso vai representar uma maior autoestima para o pecuarista alagoano e um dinamismo maior para a nossa genética, além de trazer tranquilidade para aqueles que sempre pleitearam por uma genética cada vez melhor”, destacou Almeida.
Segundo ele, “Alagoas, mais uma vez, demonstrou, por meio dos seus pecuaristas e produtores, uma união muito grande, com a participação da Adeal, que conta com a competência do seu corpo técnico, além do apoio fundamental do Ministério da Agricultura em Alagoas. Então, estamos todos de parabéns: o Governo do Estado e todos que nos ajudaram nessa grande conquista. Fico muito feliz por ter participado como representante da Federação da Agricultura nesse momento”.
PARIS
A certificação concedida a Alagoas foi oficializada na quinta-feira (29), último dia da 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), realizada em Paris, na França.
O estado foi representado pelo presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Marco Albuquerque, que esteve acompanhado da auditora fiscal federal do Ministério da Agricultura e Pecuária em Alagoas, Sonia Lages. Também participaram do evento o presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA) e superintendente do Sebrae-AL, Domício Silva, além do presidente do Sindicato dos Produtores de Leite da Bacia Leiteira (Sindileite) e diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), André Ramalho.
Para o governador Paulo Dantas, a conquista representa um marco histórico na trajetória da agropecuária alagoana.
“É um ganho enorme para a nossa agropecuária; uma conquista histórica, alicerçada pelas ações sólidas do Governo de Alagoas, por meio da Adeal, e construída com o empenho dos nossos técnicos e dos nossos pecuaristas, que entenderam e aderiram à persistente campanha de vacinação do rebanho até alcançarmos esse estágio de reconhecimento como zona livre de aftosa — agora sem a necessidade de comprovação vacinal”, afirmou o governador.


