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Ritmo acelerado

Produção de etanol de milho dispara no Brasil

Investimentos somam R$ 40 bilhões e preveem 16 novas usinas

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A produção de etanol de milho segue em ritmo acelerado no Brasil. Mesmo com a queda na produção de etanol de cana-de-açúcar na safra encerrada em março, o segmento do milho garantiu um novo recorde, levando o total nacional a 34,96 bilhões de litros.

Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção de etanol de milho cresceu 30,7% na safra 2024/2025, alcançando 8,19 bilhões de litros — um salto que multiplica por dez o volume produzido no país em uma década.

Para os próximos anos, estão previstos R$ 40 bilhões em investimentos, de acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), entidade que representa os fabricantes. A projeção é que, já em 2025, o milho responda por 10 bilhões de litros de etanol, mais de um quarto do total nacional, justamente no ano em que o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) completa 50 anos.

MODELO DE NEGÓCIOS COMPETITIVO

O crescimento expressivo é resultado de um modelo de negócios considerado altamente competitivo. O Brasil reúne uma combinação de grande oferta de milho a preços atrativos e tecnologia industrial consolidada, baseada no modelo norte-americano — nos Estados Unidos, maior produtor mundial, o etanol é majoritariamente feito de milho.

Além do combustível, a cadeia também gera o DDG (grãos secos de destilaria), subproduto utilizado na alimentação animal, que começa a ser exportado, inclusive para mercados como a China, que recentemente abriu suas portas para o DDG brasileiro.

DE “SAFRINHA” A POTÊNCIA

O avanço do etanol de milho acompanha a transformação da chamada “safrinha”. Na safra 2000/2001, a produção nacional de milho foi de 42,3 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Pouco mais de uma década depois, essa produção havia dobrado.

Esse crescimento foi impulsionado pelo sucesso do modelo brasileiro de plantio de soja, que inclui o cultivo de uma segunda safra — o milho — como estratégia para melhorar a qualidade do solo. O Brasil, que já é líder mundial na produção e exportação de soja, também passou a disputar com os Estados Unidos o posto de maior fornecedor global de milho.

16 NOVAS USINAS NO RADAR

O primeiro etanol de milho brasileiro foi produzido na safra 2011/2012, em uma usina “flex”, capaz de processar tanto cana quanto milho, da Usimat, no Mato Grosso. Desde então, outros grandes players do setor aderiram ao modelo, como a SJC Bioenergia, em 2015, a CerradinhoBio, em 2019, e a São Martinho, em 2023.

A tendência segue forte. A 3Tentos, empresa gaúcha do setor de grãos e biodiesel, está investindo R$ 1,2 bilhão na construção de uma biorrefinaria de etanol de milho em Porto Alegre do Norte (MT), com previsão de inauguração em 2026.

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