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Produção de camarão desponta no agreste de Alagoas

Com mais de mil toneladas comercializadas no ano passado, negócio gerou R$ 30 milhões em receita local

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A criação de camarão de água salgada não se limita mais às áreas costeiras. No Agreste alagoano, a mais de 120 km do litoral, a produção do crustáceo da espécie Litopenaeus vannamei vem se consolidando como alternativa econômica e fonte de renda para mais de 130 famílias. Em 2024, a atividade gerou mil toneladas e movimentou mais de R$ 30 milhões na economia regional.

Segundo o engenheiro de pesca Yury Amorim, presidente da Associação dos Criadores de Camarão de Alagoas, a produção ocorre em tanques abastecidos por água salobra proveniente de rios locais, como nos municípios de Arapiraca e Coruripe. O camarão é comercializado diretamente pelos produtores ao consumidor, garantindo frescor e preço competitivo.

“Hoje vendemos um camarão fresco, de qualidade e acessível. Um quilo custa em média R$ 30, mais barato que carne bovina e alguns miúdos”, afirma Amorim. A espécie cultivada alcança até 15 centímetros e 20 gramas, e seu ciclo de engorda leva aproximadamente três meses. Os animais chegam ao estado ainda no estágio larval, vindos de outros polos produtores do País.

A água utilizada nos viveiros apresenta salinidade intermediária entre a água doce e a do mar, exigindo cuidados especiais com a alimentação, já que possui menor teor mineral. A ração balanceada e o ambiente controlado garantem boa conversão alimentar e qualidade do produto final. “Nosso objetivo para 2025 é ultrapassar as 1.250 toneladas produzidas”, acrescenta o presidente da associação.

Além da produtividade, a espécie se adapta bem ao clima do Agreste, suportando altas densidades por metro quadrado e variações térmicas. “Essa compatibilidade favorece a produção contínua ao longo do ano. É uma atividade que veio para ficar”, ressalta Amorim, apontando que o custo por quilo gira em torno de R$ 13, com revenda no atacado por até R$ 22.

O diretor de Mecanização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de Arapiraca, Edson Maruta, destaca a interiorização como diferencial. “Mesmo com viveiros menores — cerca de 3 mil metros quadrados —, a iniciativa tem grande relevância. Enquanto no Rio Grande do Norte os viveiros chegam a 5 ou 6 hectares, aqui temos uma produção pequena em escala, mas com forte impacto econômico e projeção nacional”, afirma.

Maruta também observa que a água salobra utilizada não serve para outros usos e que seu aproveitamento na criação libera mais água doce para consumo humano e agrícola. “A carcinicultura tem baixo impacto ambiental e, ao incentivar o consumo de camarão de cativeiro, também ajuda a preservar os estoques naturais marinhos. É um ciclo sustentável que beneficia produtores e meio ambiente”, conclui.

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Yury Amorim destaca aumento do consumo em Arapiraca, de 400 kg semanais em 2016 para quatro toneladas em 2024 | Foto: Divulgação
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Edson Maruta ressalta que a carcinicultura do Agreste começa a ser reconhecida em todo o País | Foto: Divulgação

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