Eficiência
Técnica inovadora facilita o plantio de cana em áreas de encostas
Máquina agrícola adaptada com “bisturi” e plantio vertical em morros agilizam a colheita e protegem o solo

Um dos maiores desafios para os agricultores, especialmente para os que cultivam cana-de-açúcar, é o aproveitamento de terrenos com relevo acidentado, como as encostas. Em Alagoas, onde a economia está fortemente ligada à cana, uma técnica criada pelo pesquisador e fornecedor Edilson Maia promete tornar o plantio e a colheita mais eficientes em áreas de difícil acesso, além de reduzir custos operacionais.
O segredo da inovação está na mudança da direção das linhas de plantio. Em vez de seguir o contorno lateral das encostas, as linhas descem verticalmente os morros, permitindo maior mobilidade das máquinas sem danificar a lavoura. A abordagem, idealizada pelo agrônomo e precursor do plantio mecanizado no estado, facilita o trabalho em locais antes inviáveis para a mecanização.
O “BISTURI”
O “bisturi” desenvolvido por Edilson consiste em adaptar uma máquina para o plantio de cana por mergulhia — técnica que renova a lavoura sem a necessidade de novas mudas, tornando o cultivo em encostas mais viável.
A ideia foi fundamental para o sucesso do experimento em sua fazenda. “Com o bisturi, a erosão é mínima. A estratégia tem se mostrado eficaz na redução da perda de solo, um dos maiores problemas em terrenos inclinados”, afirmou. Segundo ele, toda a área usada no teste foi trabalhada com trator automático. “Não deixamos de usar as tecnologias atuais. Não tenho dúvida de que vai melhorar a mão de obra no setor, o plantio e proporcionará ganhos operacionais”, completou.
Durante os testes, Edilson utilizou também produtos químicos para melhorar a estrutura do solo e estimular o crescimento da cana, além de inseticidas e fungicidas para proteger a plantação contra pragas e doenças, assegurando a regeneração da lavoura.
CONTROLE DA EROSÃO
Para conter a erosão e garantir a retenção da água da chuva em solos com declive, foram desenvolvidos pequenos terraços, semelhantes a degraus, que ajudam a fixar o solo e proteger as raízes. “Estamos em fase de testes, mas isso não deve impactar a colheita. Os prejuízos causados pela erosão serão controláveis”, explicou.
Edilson acredita que a técnica pode dar nova sobrevida à cultura da cana, especialmente em áreas de encostas, onde o cultivo sempre foi considerado um grande desafio.
