Recorde
Silvicultura segue em alta e supera extração vegetal em retorno financeiro, aponta IBGE
Área plantada soma 9,9 milhões de hectares, sendo 77,6% ocupados por eucalipto; valor da produção florestal bate recorde de R$ 44,3 bilhões em 2024

A produção florestal brasileira bateu novo recorde em 2024, alcançando R$ 44,3 bilhões, segundo dados da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada pelo IBGE. O crescimento foi de 16,7% em relação ao ano anterior, com atividades realizadas em 4.921 municípios.
O destaque foi novamente para a silvicultura, que inclui o plantio de espécies vegetais e a regeneração do solo. O setor registrou R$ 37,2 bilhões em valor de produção — alta de 17,4% sobre 2023 — e segue superando a extração vegetal, tendência observada desde 1998.
De acordo com o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, o setor é impulsionado pelos altos preços da celulose e pelos avanços tecnológicos. “Quando comparamos 2019 com 2024, o crescimento da silvicultura foi de 140%. Isso se deve à valorização da celulose e aos investimentos em tecnologia e ampliação da área plantada”, afirmou.
Eucalipto domina a paisagem
Em 2024, o Brasil registrou 9,9 milhões de hectares de florestas plantadas — crescimento de 2,2% (ou 217,8 mil hectares) em relação ao ano anterior. Do total, 7,7 milhões de hectares são ocupados por eucalipto, que representa 77,6% da área plantada, com uso predominante nas indústrias de papel e celulose. Somados, eucalipto e pinus cobrem 96,2% das áreas de silvicultura com fins comerciais.
Entre os produtos madeireiros, o destaque foi para a madeira destinada à fabricação de papel e celulose, com aumento de 28% no valor da produção. A madeira em tora para outras finalidades cresceu 18%; o carvão vegetal, 6,3%; e a lenha, 7%.
Desempenho regional
As regiões Centro-Oeste (8,0%), Sudeste (1,5%) e Sul (1,4%) apresentaram expansão da área plantada, enquanto as regiões Norte (-2,7%) e Nordeste (-0,8%) registraram queda. Em quase todos os estados, a silvicultura é a principal forma de exploração florestal — com exceção do Pará, onde predomina o extrativismo vegetal, especialmente madeireiro.
No Mato Grosso do Sul, a silvicultura segue em expansão, repetindo o desempenho positivo observado em 2023.
Ativo sustentável
A silvicultura se consolida não apenas como atividade econômica rentável, mas também como prática sustentável, aliando recuperação de solos, manejo responsável e preservação florestal. Nesse contexto, iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre apontam para a valorização de quem investe na proteção do meio ambiente.
