Preocupação
Asplana alerta para crise no setor canavieiro com queda de 12% no preço do ATR
Presidente da entidade afirma que situação ameaça a renda de mais de 5 mil pequenos fornecedores e pede apoio do governo para evitar colapso no setor

Com a queda do preço do Açúcar Total Recuperável (ATR) — indicador que define o pagamento da cana aos fornecedores — superior a 12% no mês de outubro, o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Edgar Filho, alerta que a situação é de extrema gravidade, agravando a crise no setor canavieiro, que já vinha sendo sentida desde o início da safra 2025/2026.
“O que estamos vivendo é uma tempestade perfeita. O preço do ATR cai, o preço da cana para o fornecedor cai, e os custos sobem. Hoje, com o custo de corte, carregamento e transporte (CCT) acima de R$ 60 por tonelada, o produtor está ficando com cerca de R$ 80. Isso não dá para sustentar a família nem para cuidar do canavial”, alertou o dirigente.
A crise, segundo Edgar, ameaça não apenas a renda de mais de 5 mil pequenos fornecedores de cana do Estado, mas também o futuro do próprio setor em Alagoas.
“É uma situação crítica. Estamos sob risco real de quebradeira entre os pequenos produtores, como já ocorreu em outras crises. Se não houver uma reação rápida, o impacto social será devastador. São milhares de empregos ameaçados”, disse.
O dirigente reforça que o problema vai além do campo e atinge toda a cadeia econômica ligada à cana, incluindo o comércio, os serviços e as usinas.
“A cana é o motor econômico de dezenas de municípios. Quando o setor para, toda a economia local sofre junto”, acrescentou.
Diante do cenário, a Asplana busca apoio do Governo de Alagoas e da União para reduzir os efeitos da crise.
“Estamos pedindo ajuda para o fornecimento de adubo e insumos agrícolas, o que garantiria a próxima safra”, explicou Edgar.
Em nível nacional, discute-se também a criação de um subsídio de R$ 12 por tonelada de cana, destinado aos pequenos produtores do Nordeste.
