Parceria
Unidade de Beneficiamento de Leite da CPLA será operada pela Alvoar
Grupo empresarial é o quinto maior no setor de lácteos do País e tem unidades nos estados da Bahia, Sergipe, Ceará e Minas Gerais. Na operação, serão investidos entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.


A parceria entre o Grupo Alvoar — detentor das marcas Betânia, Embaré e Camponesa — e a Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) avançou para a fase operacional e já conta com autorização do Governo do Estado. Em reunião realizada no Palácio dos Palmares, o Governador Paulo Dantas garantiu todas as condições para que a fábrica da cooperativa, localizada no município de Batalha, passe a ser operada pelo grupo, com início previsto para janeiro.
A parceria prevê um pacote inicial de investimentos estimado entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões. Os recursos serão destinados principalmente a ajustes estruturais e à modernização da fábrica, com o objetivo de honrar compromissos já assumidos pela CPLA com o mercado e permitir que a planta opere dentro de sua capacidade projetada.
Entre os investimentos previstos estão a reativação e modernização da unidade de produção de leite em pó, melhorias na estrutura de processamento e fabricação de queijos, além de adequações técnicas e operacionais para garantir eficiência, escala e competitividade industrial.
A Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL) da CPLA — a primeira fábrica da agricultura familiar de Alagoas voltada ao segmento — entrou em operação em junho de 2022 e passa agora por um novo ciclo de reestruturação com a parceria.
O Grupo Alvoar é o quinto maior do setor lácteo no País e possui unidades nos estados da Bahia, Sergipe, Ceará e Minas Gerais. Segundo o diretor do grupo, Bruno Girão, a implantação de uma operação em Alagoas já estava nos planos da empresa, mas foi antecipada com o acordo.
Durante a reunião, Paulo Dantas afirmou que o Estado tratará o projeto como prioridade. “Todas as medidas necessárias para viabilizar essa parceria serão adotadas com rapidez. O governo vai dar suporte jurídico, institucional e de infraestrutura para que essa unidade entre em operação o quanto antes”, declarou.
O Governador também assegurou apoio direto à infraestrutura da indústria. “Vamos garantir água bruta para a planta, apoio logístico por meio de uma malha viária adequada e os incentivos necessários para que a indústria invista mais em Alagoas. O que queremos é desenvolvimento regional, geração de emprego e fortalecimento do produtor de leite”, destacou.
PRIORIDADE
O apoio do Estado foi condicionado a uma contrapartida clara por parte do Grupo Alvoar: a priorização do leite produzido em Alagoas. “O compromisso que cobramos é que essa unidade trabalhe exclusivamente com leite alagoano, fortalecendo a cadeia local e dando segurança ao produtor, especialmente em um momento de dificuldades para o setor”, afirmou o Governador.
Segundo Paulo Dantas, a chegada de mais uma grande indústria, somada à implantação da Natville, reforça a estratégia de fortalecimento da cadeia do leite, considerada a segunda mais importante do agronegócio alagoano. “Esse movimento tende a equilibrar o mercado e dar mais previsibilidade a quem produz”.
Para o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, a parceria com o Grupo Alvoar foi a melhor alternativa para manter a cooperativa ativa. “Tivemos muitas dificuldades operacionais, intensificadas pela grave crise que atinge o setor do leite. Essa parceria viabiliza a modernização da fábrica, mantendo a cooperativa dentro da operação”, afirmou.
Segundo ele, o agricultor familiar continuará tendo espaço para comercializar sua produção, tanto no mercado institucional quanto no privado. “É uma parceria em que os dois lados saem beneficiados, mas quem ganha mais é Alagoas”, completou.
OPERAÇÃO E EXPANSÃO
Bruno Girão destacou a urgência no início da operação. “Já compramos leite em Alagoas e queremos ampliar significativamente essa participação, fortalecendo o produtor local”, disse.
De acordo com o executivo, a estratégia inicial prevê a retomada da produção de leite em pó e da fabricação de queijos, mas o projeto é mais amplo. “A ideia é começar com essas duas linhas e, de forma gradual, diversificar a produção”, explicou.
Parte dos produtos da iniciativa será destinada a mercados regionais e nacionais, ampliando o escoamento da produção local e a inserção de Alagoas na cadeia láctea do Brasil.


